Bolsonaro estuda escalar filho mais velho para comandar nova sigla - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
Anúncio

Bolsonaro estuda escalar filho mais velho para comandar nova sigla

Bolsonaro estuda escalar filho mais velho para comandar nova sigla

Compartilhar isso
Senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente, entregou seu pedido de desfiliação ao Tribunal Superior Eleitoral (Agência Senado)

Senador Flávio Bolsonaro é visto como o nome mais viável para presidir o "Aliança pelo Brasil"

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) pode ganhar o comando do novo partido político que está sendo formado pelo pai, o presidente Jair Bolsonaro. Ele é a segunda opção para assumir a presidência do “Aliança pelo Brasil”, caso o presidente Bolsonaro, que é a expectativa da maioria dos apoiadores, decida não ocupar a liderança formal da sigla que está sendo gestada para aglutinar apoiadores do bolsonarismo.

Investigado no caso envolvendo a atuação de seu ex-assessor Fabrício Queiroz, Flávio se tornou o nome da família viável para o cargo. Isso porque o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), considerado entre os filhos uma liderança política mais ativa entre os apoiadores, não pode se desfiliar da legenda sob o risco de perder o mandato legislativo.

O senador já entregou seu pedido de desfiliação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com aliados, o presidente ainda não assinou a sua saída. Por terem concorrido em uma eleição majoritária, ambos não correm o risco de perder o mandato, diferentemente de deputados. O PSL, porém, ainda não recebeu as cartas de desfiliação de Bolsonaro e do senador Flávio.

O presidente oficial do “Aliança pelo Brasil” tem de ser apresentado até convenção da nova sigla no dia 21 de novembro, em Brasília. A executiva terá 15 pessoas.

A estratégia que vem sendo discutida na criação da agremiação é Bolsonaro assumir a presidência de seu novo partido e, imediatamente, se licenciar, passando o comando para Flávio. Bolsonaro, então, seguiria como uma espécie de presidente de honra. A medida também seria um modo de fortalecer Flávio.

Desfiliação

Apontado como o mais habilidoso politicamente dos filhos e o mais moderado, ele submergiu após o caso Queiroz. A pessoas próximas, Flávio chegou a mencionar que encerraria o mandato de senador e deixaria a vida política.

Interlocutores que acompanham a criação da nova legenda afirmam que o fato de Flávio ser investigado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, sob acusação da prática de “rachadinha”em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio, não é visto como um impeditivo.

Além de Flávio Bolsonaro, que se desfiliou ontem, nenhum senador ou governador afirmou que vai pedir sua desfiliação para acompanhar o presidente. Governadores, senadores e o presidente da República podem sair de seus partidos sem perder o mandato, os chamados cargos majoritários.

Nessa categoria eleitoral, com exceção dos prefeitos, o PSL tem entre seus quadros os governadores Carlos Moisés (SC), Marcos Rocha (RO) e Antonio Denarium (RR), e os senadores Flávio Bolsonaro (RJ), Major Olimpio (SP) e Soraya Thronicke (MS).

Três deles, o governador Moisés e os senadores Olimpio e Thronicke, já anunciaram que vão ficar no PSL, independentemente da saída de Bolsonaro. Eles são considerados moderados, uma vez que não endossam a agenda considerada radical da “ala ideológica”, liderada por Eduardo Bolsonaro no Congresso.

Já os governadores Rocha e Denarium não responderam se devem ou não sair. Denarium afirmou que vai se reunir com o presidente Bolsonaro nos próximos dias.

Além desses quadros, o PSL tem cerca de 30 prefeitos. Entre eles, Éverton Sodário, prefeito de Mirandópolis (SP), e Delegado Araújo, de Pimenta Bueno (RO), por exemplo, disseram que vão seguir com Bolsonaro aonde ele for.

Desafetos

Apesar de não poderem ainda deixar o PSL, aliados de Bolsonaro tentam forçar a saída de alguma forma. Um dos maiores desafetos do presidente do partido, Luciano Bivar, o deputado Bibo Nunes (RS) começou uma campanha própria pedindo aos seus seguidores que se desfiliassem.

“Estamos iniciando a campanha ‘Desfilie-se do PSL’. Para assinar apoio ao novo partido de Bolsonaro não pode estar filiado a partido algum”, afirmou o parlamentar.

Cleber Teixeira, consultor do PSL e um dos responsáveis pela campanha de filiação que deu ao partido 113 mil novos filiados, disse lamentar a atitude do parlamentar. “Não há como negar a importância do nosso presidente para o crescimento do PSL, mas não podemos esquecer que foi o PSL que possibilitou a eleição do presidente também”, comentou Teixeira.

Crítica

A direção do PSL reagiu à decisão de Bolsonaro de sair da sigla pela qual foi eleito para criar a Aliança pelo Brasil. Em nota assinada pela comissão executiva nacional, o PSL classificou o novo partido a ser criado por Bolsonaro como projeto pouco republicano.

“Projetos personalistas e familiares soam pouco republicanos em um momento em que se procura conferir transparência à vida pública e, sobretudo, política”, diz o texto.

O documento reafirma que os mandatos dos deputados federais eleitos pelo PSL pertencem ao partido e que a direção da sigla “não cederá a nenhum tipo de achaque ou desvirtuamento da legalidade ou da moralidade por quem quer que seja”.

Fonte: Diário do Nordeste
miseria.com.br
14.11.2019