NOS POSTOS DE SAÚDE, famílias voltavam sem conseguir imunização de crianças
| SAÚDE | Doses chegam ao Ceará na quinta-feira, 16, mas postos de saúde podem demorar até duas semanas para ser reabastecidos.
Por ANGÉLICA FEITOSA
Ministério da Saúde (MS) anunciou que uma remessa de 37 mil doses da vacina pentavalente, que protege contra meningite, tétano , difteria, coqueluche e hepatite B será enviada ao Ceará na próxima quinta, 16. Os postos de todo o Estado estão sem a vacina. A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) explica que deve levar cerca de duas semanas, a partir do recebimento das doses, para a distribuição. A quantidade enviada é suficiente para abastecer o Estado pelo período de um mês.
O governo federal promete enviar para todos os estados brasileiros um total de 1,7 milhão de doses da vacina pentavalente. Após recebimento pela Sesa, o produto passa a ser encaminhado aos municípios. Segundo nota, a assessoria de imprensa da pasta federal informou que a oferta esteve irregular entre os meses de junho e dezembro, em todo o País, por problemas com o fornecedor. Uma notícia divulgada em outubro pela Agência Saúde, vinculada ao MS, garantiu que até novembro do ano passado a distribuição da imunização estaria regularizada em todo o País - o que não aconteceu.
Uma remessa da vacina, adquirida por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), foi reprovada em teste de qualidade feito pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por este motivo, as compras com o antigo fornecedor, a indiana Biologicals E. Limited, foram interrompidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que pré-qualifica os laboratórios.
Médica pediatra e imunologista, Jocileide Sales Campos compõe a Sociedade Cearense de Pediatria e é presidente da Regional Ceará da Sociedade Brasileira de Imunização. Ela confirma que o atraso no repasse das doses tem relação com a reprovação da vacina em testes de qualidade. Como alternativa à falta de vacina pentavalente, a médica explica que é possível um esquema de imunização temporário: uma dose com difteria, tétano e coqueluche; outra contra a hepatite B.
Quem já recebeu a primeira dose da pentavalente fará a segunda com a hepatite B e a tríplice bacteriana. A terceira dose provavelmente já será com a pentavalente. "Quem iniciar agora, deve receber a primeira dose com tríplice bacteriana e contra hepatite B. E, provavelmente, a segunda e a terceira doses já serão com a pentavalente", aponta.
Rotina
Desde 2012, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, oferta a vacina pentavalente na rotina do Calendário Nacional de Vacinação. As crianças devem tomar três doses da vacina: aos 2, aos 4 e aos 6 meses de vida.
opovo.com.br
11.01.2020


