MOVIMENTO DA BEATA BENIGNA CARDOSO CONTADA PELO PROFESSOR RAIMUNDO SANDRO CIDRÃO - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
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MOVIMENTO DA BEATA BENIGNA CARDOSO CONTADA PELO PROFESSOR RAIMUNDO SANDRO CIDRÃO

MOVIMENTO DA BEATA BENIGNA CARDOSO CONTADA PELO PROFESSOR RAIMUNDO SANDRO CIDRÃO

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HISTORICO DO MOVIMENTO DE BENIGNA

MOVIMENTO DE BENIGNA
Como tudo começou (1ª parte)

No dia 15 de outubro de 1928, nasceu Benigna Cardoso da Silva, no Sítio Oiti dos Sirineus, no povoado de Inhumas, em Santana do Cariri-CE.
Em 24 de outubro de 1941, Benigna, órfã de pai e mãe, adotada pela família “Sisnando Leite”, já uma adolescente de 13 anos de idade, foi assassinada barbaramente a golpes de facão, quando ia pegar água numa cacimba nas proximidades da casa onde morava; depois de resistir às propostas sexuais do agressor Raul Alves. O hediondo crime que abalou todo o município, chamou a atenção de pessoas que passaram a visitar o local do martírio. Com o correr dos anos, devotos de diversas localidades, começaram a deixar num cruzeiro à beira da estrada, ex-votos diversos, em pagamento a promessas feitas, por graças alcançadas atribuídas à “Santa”.

Ao publicar o livro “Resgatando a Memória de Santana do Cariri”, no ano de 1994, o professor Raimundo Sandro Cidrão, dedicou um capítulo especial para o resgate da história comovente da heroína santanense.
Tendo conhecimento desta história de Benigna, o líder comunitário potiguar Ary Gomes do Nascimento, resolveu visitar o cenotáfio do local do martírio, no início de 2004; e lá, junto com o autor do livro supracitado, teve a ideia de realizar uma missa nesse lugar, para celebrar os 63 anos de morte da “Santa Mártir”. Um retrato baseado nas informações, características e dados sobre Benigna, foi feito pelo historiador e artista plástico Sandro Cidrão, assim como a composição de um hino, a pedido de Ary.

MOVIMENTO DE BENIGNA
Como tudo começou (2ª parte)

Juntamente com o Professor Sandro, Ary mobilizou a comunidade de Inhumas, alguns contemporâneos e familiares de Benigna, criou uma Comissão Central para o Movimento em prol da Mártir Benigna Cardoso e da realização da primeira missa no local do assassinato; tendo como grande colaborador o senhor Francisco Agostinho, “Chico Pezinho”, junto com alguns familiares.

Na data de 24 de outubro deste mesmo ano, a missa foi celebrada pelo padre Elias Ribeiro, vigário da época, que se deslocou da Casa Paroquial até o Sítio Oiti. Um caminhão serviu de palanque. Teve coral, violonista, cânticos, bandeirolas, carro de som; muitos devotos. Uma multidão em torno de mil pessoas se deslocou após a missa, em procissão, até à Capela de São Vicente, padroeiro de Inhumas; onde aconteceu uma apresentação teatral sob coordenação de Carlinhos Sousa, e queima de fogos.
Se constituía esse evento, na I ROMARIA DE BENIGNA
Depois disso, muitas caminhadas foram feitas até o local, por devotos e pessoas que se engajavam no Movimento, sempre cantando e rezando o Santo Terço, periodicamente, com “cafés da manhã” comunitários. Ary Gomes se dividia entre a cidade de Natal e Santana do Cariri.

MOVIMENTO DE BENIGNA
Como tudo começou ( 3ª parte).

Na II Romaria, ocorrida em 24 de outubro de 2005, foi lançado também por Ary, um outro projeto: a construção do “Memorial de Benigna”, como local de oração, meditação e para serem guardados os ex-votos. O Senhor Assis Fernandes doou o terreno, outros doaram materiais, dias de serviço; as mulheres faziam almoço e merenda. A Pedra Fundamental foi fincada nesse solo, e - em sistema de mutirão -, o sonho começou a tomar forma. Foi feita a “Campanha do Real” rua a rua, casa a casa; bazares; sorteios de prendas, visitas a empresas, e outras atividades em prol da concretização desta meta.
Em 2006 é feito o primeiro convite ao bispo da época Dom Fernando Panico, para participar desta, que seria a III Romaria, com crescente participação de pessoas, devotos, visitantes e romeiros. Por problemas de agenda cheia, ele não pode comparecer.

MOVIMENTO DE BENIGNA
Como tudo começou (4ª parte)

Já com o santuário concluso, feito todo em pedra Cariri - desejo do idealizador de aproveitar o calcário laminado da região -, a Romaria de 2007 e a missa aconteceram neste local, com sua inauguração, bênção das instalações e entrega oficial à Paróquia Senhora Sant’Ana, na pessoa do Pároco Pe. Elias Ribeiro. Aconteceu também uma emocionante moto romaria, com bandeiras e buzinaço.
Em 2008, na V Romaria, objetos de Benigna foram expostos no Santuário, numa redoma de vidro: o seu vestido, doado por Tetê e Irani Sisnando; o pote que ela usava pra carregar água; uma cópia do batistério, com anotações feitas pelo Pe. Cristiano Coelho, vigário da época, que muito me chamou a atenção, ao retirar uma cópia para fundamentação dos meus trabalhos de pesquisa: “Morreu martirizada, às 4 horas da Tarde, do dia 24 de outubro de 1941, no Sítio Oiti. Heroína da Castidade. Que sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às crianças e às famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa Santinha.”

MOVIMENTO DE BENIGNA
Como tudo começou ( 5ª parte)

Na Romaria do dia 24 de outubro de 2009, vários grupos religiosos e caravanas de cidades circunvizinhas participaram, concentrando no Distrito de Inhumas, uma multidão de mais ou menos cinco mil pessoas.
Após diversos convites feitos pela Comissão Central do Movimento de Benigna à Diocese, o Bispo Dom Fernando comunica por meio do então vigário da Paróquia Sra. Sant’Ana, Pe. Adalmiran Vasconcelos, que iria se fazer presente à Romaria; isto na manhã do dia 24.10.2010. Foi um “corre-corre” para organizar tudo às pressas, para receber o Pastor Diocesano.
Naquela tardinha chuvosa ele chegando ao Santuário, vendo a fé presente naquela multidão em torno de 7.000 pessoas, e a santidade de Benigna se manifestando por meio da natureza, com neblina e o nascente iluminado pela luz dos relâmpagos; em sua emocionada homilia, falou que estava vendo não o presente, mas a beatificação de Benigna num futuro próximo; quem sabe a primeira beatificação do Ceará. Chamou Ary Gomes, Sandro Cidrão, os membros da Comissão e o Pe. Adalmiran, e anunciou o interesse da Diocese, em abrir o Processo de Beatificação de Benigna; para isso pediu que juntássemos todos os documentos e provas existentes, referentes a ela.
Foi um momento de inenarrável alegria para todos nós.

MOVIMENTO DE BEINIGNA
Como tudo começou (6ª parte)

Todos que integravam a Comissão Central do Movimento de Benigna, intensificaram seus trabalhos em torno da abertura do Processo de Beatificação da "Santa Mártir", em nível local: Ary Gomes, Sandro Cidrão, Chico Pezinho, Penha Eliodório, Juracildo Fernandes, Geânio Felipe, Dita Eliodório, João Gonçalves, Assis Fernandes, Fabiana Gonçalves, Carla Timóteo, Fernando Maia, dentre outros.
Na parte musical, tivemos ao longo do Movimento, a colaboração dos violonistas: Dudé e Birau, da Banda de Música Municipal; assim como do grande artista e parceiro Elison Laurentino, para quem elevo minha homenagem póstuma.

MOVIMENTO DE BENIGNA
Como tudo começou (7ª parte)


No início de 2011, o bispo anunciou o novo pároco : o Pe. Paulo Lemos, auxiliado pelo Pe. Cícero Mariano, para a Paróquia Senhora Sant’Ana, de Santana do Cariri. O italiano Monsenhor Vitaliano Mattioli foi designado postulador da Causa de Benigna.
Os trabalhos foram intensificados na fase local de instauração do Processo de Beatificação, e no dia 9 de abril deste mesmo ano, a Comissão Central liderada por Ary Gomes, entregou ao bispo um bem elaborado dossiê; e ao governador do estado Cid Gomes, um abaixo assinado com mais de 3 mil assinaturas, solicitando a pavimentação em paralelepípedo, do trecho que compreende Santana-Inhumas, para facilitar assim, o trajeto dos romeiros.
Muitos testemunhos de graças alcançadas foram relatados, dentre os quais o de Carlota Figueiredo (Boa Vista-RR, Tarcísio Linard (São Paulo-SP), Ana Edvirgem (Santana), Rosilene Rodrigues (Vicência-PE), Terezinha Cardoso (Manaus-AM), Mundinha Galvão (São Paulo-SP), Alexandra Alves (Santana), dentre outros.

MOVIMENTO DE BENIGNA
Como tudo começou (8ª parte)

Nos anos de 2012 e 2013 aconteceu a Fase Diocesana do Processo de Beatificação de Benigna, com a concessão do “Nihil obstat”, pela Congregação para a Causa dos Santos, do Vaticano. O Professor e Historiador Raimundo Sandro Cidrão foi designado pelo Tribunal Eclesiástico, como Diretor da Comissão Histórica, responsável pela elaboração e organização de toda a documentação a ser encaminhada ao Vaticano, inclusive a Biografia de Benigna, feita com a colaboração dos historiadores: Armando Rafael, João Cabral, Plácido Nuvens, Padre Mattioli e Ypsilon Félix.
Nesta fase, a contribuição incondicional da notária Terezinha Fernandes Costa, do Cartório do 2º Ofício, foi fundamental, para efetivação dos depoimentos das testemunhas arrolados no processo.

Fonte: Facebook do Professor Raimundo Sandro Cidrão

15.10.2020