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‘Apesar da tendência de queda no contágio em todo Ceará, cenário ainda é de alerta’, diz cientista

‘Apesar da tendência de queda no contágio em todo Ceará, cenário ainda é de alerta’, diz cientista

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O isolamento social restritivo é apontado, por cientistas, como responsável pela redução na taxa de contágio em todo o Ceará (Fabiane de Paula/SVM)
Após a escala de novas infecções — iniciada em novembro e cujo pico foi registrado em março deste ano — três das cinco regiões de saúde do Ceará apresentam tendência de queda no índice de transmissão. Fortaleza, Cariri e Sobral estão com taxa de contágio abaixo de 1, o que significa que cada grupo de 100 infectados transmite o novo coronavírus para menos de 100.

Fortaleza e Cariri têm os menores índices, ambos com 0,95. Ou seja, 100 infectados podem transmitir o vírus para outras 95 pessoas. Sobral apresenta índice de 0,97. Já as regiões do Sertão Central (1,07) e Litoral Leste/Jaguaribe (1,11) são as duas únicas que apresentam taxa acima de 1.

Os números foram apresentados pelo Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus à Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado. O Comitê é composto por quatro cientistas-chefes, sendo 3 professores da UFC e um da Universidade de Fortaleza (Unifor). A análise semanal do grupo baliza as decisões governamentais quanto as medidas sanitárias impostas no decreto.

Tendência de queda

O cientista-chefe do Comitê e professor do departamento de Física da Universidade Federal do Ceará (UFC), José Soares de Andrade Júnior, explica que a modelagem epidemiológica sugere uma tendência de queda em todo o Estado, mesmo nas duas regiões cujo índice está acima de 1.

Segundo o especialista, Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe estão muito próximos da taxa que sinaliza a estabilização de contágio. “Levando-se em consideração a margem de erro associada, podemos apontar que elas [as regiões] estão bem próximo a 1”, pontua José Soares.

Nas cinco regiões a taxa tem apresentado sucessíveis reduções. Fortaleza, por exemplo, estava com taxa 1,12 entre 6 e 26 de março. No período seguinte caiu para 1,08 e, agora, declinou para 0,95. A região de Sobral obteve a maior queda, saindo de 1,22 para 0,97.

Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe que estão com taxa acima de 1, também apresentam tendência de queda. “Ainda vamos analisar os números ao longo desta semana, mas a projeção é de manutenção nessa tendência de queda em todo o Ceará”, destacou o cientista.

Importância do lockdown

Na avaliação do professor da UFC, as medidas de isolamento social restritivo — iniciadas em todo o Estado no dia 11 de março, com exceção de Fortaleza que teve o lockdown iniciado no dia 5 daquele mesmo mês — tiveram fundamental importância para redução nos casos.

“Começamos a entrar no ponto de estabilidade e temos tendência de decrescimento. Muito provavelmente, na minha avaliação, esses índices devem-se ao isolamento”.

A análise do cientista é corroborada pelo estudo publicado na revista Science, umas das mais renomadas no mundo. O artigo descreveu o Ceará como um estado ‘resiliente’ na contenção da doença. Segundo o estudo, ‘as ações locais foram bem-sucedidas”.

Média Móvel

Nas cinco regiões de saúde, a média móvel de novos casos apresentou substancial redução neste mês de abril. No Sertão Central, caiu de 186,14 no dia 9 deste mês, para 35,14 (18.04). No Litoral Leste/Jaguaribe, a redução, no mesmo intervalo, foi de 276,14 para 35.

Na região de Sobral, a média móvel que em 10 de abril era de 439,57, regrediu para 88,85, conforme números de ontem (18). Já a média móvel do Cariri, em igual intervalo, passou de 328,71 para 52,85.

A região de saúde de Fortaleza apresentou a maior redução em números absolutos. No dia 9 de abril a média móvel era de 1.939,14. Ontem, a média caiu para 573,71.

Fonte: Diário do Nordeste

miseria.com.br

21.04.2021