Seguem liberados os setores econômicos autorizados no último decreto, respeitando o mesmo percentual de capacidade. O isolamento social rígido também continua no fim de semana.
O governador Camilo Santana anunciou, via redes sociais, neste sábado (17), a decisão do comitê científico que monitora a pandemia do Coronavírus no Ceará. O colegiado deliberou pela manutenção das regras em vigência do atual decreto estadual de retomada gradual das atividades econômicas. A única alteração no texto do documento será a liberação de atividades físicas individuas em espaços públicos.
A decisão do comitê de manter o decreto pelos próximos sete dias foi pensada para que o grupo possa avaliar melhor o ciclo epidemiológico, que é de 14 dias, disse Camilo Santana. Segundo o chefe do Executivo estadual, “ainda há uma pressão muito alta na demanda assistencial e há uma preocupação nossa para garantir atendimento à população para que ninguém fique sem”. O Ceará segue com o isolamento social rígido no final de semana.
Para garantir essa oferta de leitos e mais segurança no processo de reabertura da economia, o Governo do Ceará segue ampliando a sua rede pública de saúde, que já conta com 3.746 leitos de enfermaria e 1.295 de UTI, totalizando 5.041 leitos exclusivos para atendimento a pacientes com Covid-19. Esse número é 70% maior que a quantidade ofertada na primeira onda da doença. “E essa semana vamos ter novos leitos abertos. Estamos trabalhando para abrir em Aracati, Acaraú, Cariri, Aracoiaba, Sertão Central. Vamos continuar a luta para garantir o atendimento”, reforçou Camilo Santana.
Tendência de queda
Os efeitos do isolamento social rígido implantado no Ceará no mês de março já começam a dar resultados. Segundo o secretário da Saúde, Dr. Cabeto, os números epidemiológicos estão apresentando uma tendência de queda. “Estamos percebendo que há uma redução do número de casos graves, e isso é um bom sinal. Fazendo uma projeção para o final do mês, esperamos ter um menor número de casos procurando as UPAs”, projeta o gestor, que comunicou também que o percentual de positividade nos testes vem caindo.
Além de uma queda por procura assistencial, o Ceará começa a apresentar baixa no número de casos e óbitos. Dr. Cabeto aproveitou ainda para falar de um fator que ajuda a entender esse quadro, que é a taxa de transmissão. “Quando está acima de um, temos tendência de aumento de casos. Em Fortaleza, nós estamos reduzindo para abaixo de um. Situação um pouco diferente de outros locais do Ceará, por exemplo o Sertão Central e o Litoral Leste/Jaguaribe. Mas temos uma redução permanente e isso é um bom sinal”, avaliou o secretário.
O governador ressaltou que a continuidade desse cenário pode refletir nas próximas decisões do comitê científico. “Se continuar essa tendência de melhora, há uma perspectiva de nós avançarmos no processo de flexibilização. Isso significa que a gente tem tomado as medidas com muita responsabilidade, critério, ouvindo os especialistas, com o único objetivo de proteger os nossos irmãos cearenses”, pontuou.
Vacinas
Nessa sexta-feira (16), o Ceará recebeu o 14º lote de imunizantes, com 234.700 doses, distribuído pelo Plano Nacional de Imunização, de responsabilidade do Governo Federal. Com isso, já são 2.110.250 doses, das quais 1.536.755 já foram aplicadas, sendo 1.139.879 referentes à primeira dose e 397.376 da segunda.
O Ceará está entre os estados que mais aplicaram as vacinas recebidas. O chefe do Executivo cearense lamentou o trabalho de desinformação praticado por algumas pessoas sobre o assunto. “Estou colocando isso porque há muita fake news. Se tem um estado que tem uma das melhores logísticas de entrega da vacina, articulação, transparência dos dados, é o Ceará. Se os dados do Ministério da Saúde não são atualizados pelos municípios, ou está desatualizado, aí é uma outra questão”.
Camilo Santana destacou ainda a tentativa do Governo do Ceará de ampliar a imunização da população com a compra de mais de 5,8 milhões de doses da vacina russa Sputinik. Contudo, o Estado aguarda ainda a liberação por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a importação. “Já deveríamos ter recebido em abril o primeiro lote da Sputinik, mas a Anvisa ainda não autorizou a importação dessa vacina. Entramos com uma ação no STF (Superior Tribunal Federal) e estamos aguardando a decisão para que a gente possa importar e acelerar o processo de vacinação”, enfatizou o governador.
19.04.2021