De acordo com o levantamento, em 2018, dos 259 poços cavados, apenas um foi instalado. No ano seguinte, das 46 perfurações, somente uma foi concluída. Já em 2020, dos 128 poços perfurados, 43 chegaram a ser instalados.
Dificuldade de acesso à água
Em Pacajus, na Região Metropolitana de Fortaleza, um poço foi perfurado em 2018 no terreno da vendedora Edileusa Cunha, mas diante da demora na conclusão, os próprios moradores fizeram a instalação. Contudo, o equipamento não funciona e a água não chega às torneiras. “A gente vai buscar água em outro chafariz porque aqui não tem”, diz
A aposentada Rita Jerônimo, de 77 anos, acorda de madrugada para buscar água em um chafariz percorrendo um longo trajeto com um tambor na cabeça para não deixar faltar água em casa. “É triste esperar por água à tarde aqui do chafariz para poder levar para a comunidade e poder preparar nosso almoço. Quando tiver o poço, ninguém faz isso”, lamenta.
Diante da falta de resposta do Dnocs em relação ao poço da comunidade onde vivem Edileusa e Rita, a Prefeitura de Pacajus prometeu concluir os poços e tem buscado outras alternativas para garantir o item básico. “Essa comunidade da Cavalaria, nós atendemos três vezes por semana com caminhão pipa. Não é o ideal, mas é uma alternativa que a gente tem criado para procurar atender a essas comunidades”, conclui Ricardo Lima, secretário de Agricultura de Pacajus.
Para o professor de mecânica dos solos da Universidade Federal do Ceará (UFC), Antônio Miranda, uma alternativa para resolver o problema seria substituir poços por adutoras. “Onde a região metropolitana se estende mais para o interior e onde começam a aparecer as formações cristalinas, onde é mais difícil fazer o poço, valeria a pena se pensar na distribuição através de adutoras”, explicou.
Fonte: G1 CE
miseria.com.br
23.06.2021