Setembro é o mês da campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, sendo o dia 10 deste mês a data mundial de combate à atitude de tirar a própria vida. Apesar de ser um assunto delicado por parte da sociedade, a campanha acende a importância de falar sobre o tema – e de ouvir – para ajudar a salvar vidas. De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicadas em 2021, o suicídio continua sendo uma das principais causas de morte no mundo. Esta prevalência faz com que profissionais do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), referência em tratamentos psiquiátricos, busquem estratégias para um enfrentamento mais efetivo.
O HSM possui uma Emergência 24 horas, 180 leitos de internação, ambulatórios e hospitais-dia, onde os pacientes são acolhidos nas suas mais diversas necessidades. O psiquiatra e diretor-geral da unidade, Frederico Emmanuel Leitão Araújo, afirma que a prevenção ao suicídio deve ser realizada de forma multidisciplinar, com muito cuidado e atenção ao sofrimento psíquico das pessoas. “Nossa equipe é pautada no compromisso de orientar e acolher os pacientes com transtornos mentais, que constituem o grupo de maior risco para a tentativa de suicídio”, frisa.
Conversar sobre o tema diminui o estigma
A prevalência elevada de casos já é uma grande razão para falar sobre prevenção ao suicídio. A psiquiatra e coordenadora médica da Emergência do HSM, Gleicianne Gadelha, enfatiza que conversar sobre o assunto diminui o estigma, aumenta a familiaridade de todos com sinais e comportamentos de risco, ajuda a construir uma sociedade mais consciente sobre esse problema e sobre as formas de apoiar pessoas que estejam passando pela situação.
“O fato de ser um assunto delicado, não podemos transformá-lo em tabu. Pela falta de proximidade com o tema ou com o receio de incentivar comportamentos suicidas, colocando essa discussão em pauta, muitos preferem evitar falar. Porém, o silêncio pode criar ainda mais espaço de solidão para quem está em sofrimento”, sublinha.
Os especialistas identificam transtornos mentais na maior parte das pessoas que se suicidam ou tentam cometer suicídio, porém as causas são variadas. Dentre os principais transtornos observados no HSM, destacam-se os transtornos de humor, como a depressão e a bipolaridade; esquizofrenia e a dependência química. Em algumas vezes, porém, o suicídio acontece de maneira impulsiva diante de situações impactantes e estressoras.
Pandemia e procura pelo serviço
Com a pandemia da Covid-19, foi observado um aumento da procura pela Emergência do HSM, visto que houve o surgimento ou o agravamento de transtornos psiquiátricos relacionados ao período pandêmico, principalmente ansiedade, depressão e dependência de álcool e outras substâncias. “Nossa atenção à prevenção do suicídio é ainda mais importante agora, após meses observando os fatores de risco presentes, como violência doméstica, sentimento de perda de entes queridos, medo de adoecimento, dependência química, entre outros”, relata Gadelha.
Sinais de alerta
A psiquiatra orienta a população a contribuir na prevenção ao suicídio. “Devemos ser capazes de perceber os sinais de alerta que uma pessoa emite. Geralmente, essa pessoa comunica o desejo de morrer, que sente um vazio, que é um peso para os outros, que não tem esperança e demonstra uma tristeza extrema”, indica.
Outros sinais bastante observados são: sentir-se preso, sem razão para viver; ansioso e agitado, cheio de raiva ou com uma dor insuportável; dizer “adeus”, distribuir itens importantes ou fazer testamentos; ter atitudes arriscadas, como dirigir em alta velocidade; usar maior quantidade de álcool e drogas; dormir demais, como fuga da realidade; ter pensamentos repetitivos e comer mais ou menos que o normal; apresentar alterações extremas de humor com desejo de permanecer isolado na maior parte do tempo; pensar nas formas de se matar; produzir autolesões ou envolver-se em outros comportamentos de risco e ouvir vozes de comando.
Como ajudar
Outros sinais bastante observados são: sentir-se preso, sem razão para viver; ansioso e agitado, cheio de raiva ou com uma dor insuportável; dizer “adeus”, distribuir itens importantes ou fazer testamentos; ter atitudes arriscadas, como dirigir em alta velocidade; usar maior quantidade de álcool e drogas; dormir demais, como fuga da realidade; ter pensamentos repetitivos e comer mais ou menos que o normal; apresentar alterações extremas de humor com desejo de permanecer isolado na maior parte do tempo; pensar nas formas de se matar; produzir autolesões ou envolver-se em outros comportamentos de risco e ouvir vozes de comando.
Milena Fernandes - Ascom HSM
02.09.2021