A descoberta faz parte de um trabalho de Victor Moreira de Oliveira, estudante de Química da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos, vinculada à Universidade Estadual do Ceará (Fafidam/Uece), de Limoeiro do Norte, em parceria com o grupo de Química Teórica e Eletroquímica (GQTE).
O ponto de partida foi justamente o hábito cultural nordestino de preparar chás de cascas de frutas cítricas, como laranja e limão, para pessoas gripadas. Quando a pandemia estava no início, ainda em 2020, as hipóteses e testes foram iniciados.
Segundo Paulo Victor, o estudo inicial funciona como uma triagem indicando quais medicamentos biologicamente ativos, seguros para o consumo humano e com efeitos colaterais reduzidos podem ser desenvolvidos.
Do grupo de oito limonoides analisados, os quatro que mostraram atividade promissora são:
- Calodendrolídeo
- Pedonina
- Harrisonina
- Dasacetilnimocinol
Apesar dos resultados iniciais serem animadores, é preciso continuar com o trabalho de investigação. A equipe de cientistas defende maiores investimentos para o desenvolvimento da ciência no Estado do Ceará através da montagem e modernização de laboratórios, além da disponibilização de bolsas de estudo.
INCENTIVO À PESQUISA
O coordenador do grupo e orientador do trabalho, o professor Emmanuel Marinho, destaca a abundância do limão na nossa região como um fator facilitador de futuras pesquisas, já que não há necessidade de culturas complicadas ou pouco viáveis financeiramente.
“São fármacos que a gente acredita ter baixa toxicidade. Para um laboratório, já ter esses dados da nossa pesquisa vai dar um bom direcionamento. A importância da nossa pesquisa é justamente esse passo inicial”, pontua.


