Estudo de pesquisadores espanhóis foi publicado na revista científica The Lancet e analisa o quadro clínico dos pacientes e localização das lesões.
Autor Ana Rute Ramires
Os recentes casos de infecção por varíola dos macacos — também chamada varíola símia — demonstram que o contato pele a pele durante a relação sexual tem sido a forma dominante de transmissão do vírus. A infecção era transmitida principalmente por animais nos locais onde é endêmica. No atual surto, contudo, o contágio tem sido observado entre humanos.
O estudo foi realizado por pesquisadores espanhóis a partir do quadro clínico e de testes virológicos de 181 pacientes com a Monkeypox confirmada por PCR. Os participantes têm, em média, 37 anos. Entendimento foi obtido a partir da análise de aspectos como a localização das lesões, predominantes nas regiões genitais, e carga viral mais alta na pele.
Após um período de incubação de sete dias, em média, todos os participantes apresentaram lesões na pele. A maioria (78%) relatou o sintoma na região do ânus e das genitálias. As lesões se apresentaram na região oral em 43% dos casos.
Conforme os pesquisadores, 39% dos pacientes desenvolveram complicações que exigiram tratamento médico, como inflamação no revestimento interno do reto, amigdalite, inchaço peniano e abscessos cutâneos (pus).
Dos participantes do estudo, 92% se identificaram como gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) e 8% como homens heterossexuais ou mulheres heterossexuais. Uma parcela de 40% participantes eram HIV-positivos e 17% tiveram infecções sexualmente transmissíveis concomitantes.
opovo.com.br
11.08.2022