Autor Marcela Tosi
Do início do ano até essa segunda-feira, 13, o Ceará registrou 3.822 casos de Covid-19. Nessas onze semanas, 17 cearenses morreram em decorrência de complicações da doença. Os números, que são os mais recentes disponíveis na plataforma IntegraSUS, apontam uma queda de 98% nos casos e óbitos em relação ao mesmo período de 2022.
Enquanto neste ano os diagnósticos chegam à média de 347,4 por semana, em 2022 foram 24 mil casos semanais. Já os óbitos foram de 144 por semana para a média de 1,5 morte a cada sete dias.
Hoje, o Ceará vive o momento após a quinta onda de Covid-19. “A situação hoje é de mudança de dominância das subvariantes. Em todo o Brasil, predomina a subvariante XBB.1.5. Ela domina 95% das amostras no País”, avalia Antônio Lima Neto, secretário executivo de Vigilância em Saúde do Ceará.
“É uma sublinhagem, como se fosse neta da variante Ômicron. É provável que haja um aumento nos casos, mas a subnotificação também pode ser maior”, explica. “Autoexames e casos brandos que as pessoas não procuram médico fazem com a doença passe a ser um pouco negligenciada.”
Conforme os dados do IntegraSUS, a maioria dos casos deste ano foi registrada em mulheres. Já em relação ao critério raça/cor, os diagnósticos prevalecem entre a população parda. Considerando as faixas etárias, os grupos entre 18 e 30 anos e entre 31 e 40 anos concentram os maiores totais, sendo 607 casos e 536 casos, respectivamente.
O secretário enfatiza que “a linha de base de casos graves hoje é muito pequena” e o Estado está há cinco semanas sem registrar qualquer óbito por Covid-19. A última morte aconteceu no dia 3 de fevereiro. “A vacinação é fundamental. Não se trata de a transmissão estar baixa ou não, mas de seguir um calendário vacinal, que precisa ser incorporado à vida das pessoas”, diz.
O cenário após cinco ondas de Covid-19
Nos últimos três anos, 1.455.422 cearenses foram diagnosticados com Covid-19 e 28.157 morreram em decorrência de complicações da doença. Ao longo da pandemia, os índices oscilaram: as chamadas ondas da doença, com picos de casos, estiveram associadas à introdução e circulação de diferentes variantes do coronavírus.
Em outubro, a segunda onda epidêmica se inicia. No início, com propagação mais lenta, ganhou força a partir de janeiro de 2021, com a dominância da nova variante gama. Em março, após período de propagação exponencial, o pico da segunda onda é alcançado.
Entre 1º de janeiro e 13 de março de 2021, foram diagnosticados 173 mil novos casos da doença no Ceará. Foram mais de 15 mil casos por semana nesse período. Já em relação aos óbitos, 2.843 cearenses morreram por Covid-19 no início daquele ano, o equivalente a cerca de 258 óbitos por semana.
A terceira onda começa com a dominância da variante ômicron nos últimos dias de dezembro de 2021. O aumento de casos é expressivamente alto, em particular, nas três primeiras semanas de janeiro de 2022 até alcançar a máxima transmissão.
De 1º de janeiro e 13 de março de 2022, 269.046 cearenses foram diagnosticados com Covid-19, o que equivale a mais de 24 mil casos por semana no período. Naquele início de ano, 1.587 pacientes morreram no Ceará. Foram cerca de 144 mortes por semana. Naquele ano, outras duas ondas aconteceram.
Vacinação contra o coronavírus
Atualmente, conforme dados atualizados no domingo, 12, 89,2% dos cearenses completaram o esquema vacinal básico (com 1ª e 2ª dose ou dose única), ou seja, 8,1 milhões de pessoas. Entretanto, apenas 2,5 milhões de cearenses tomaram os reforços necessários (3ª e 4ª dose).
A vacinação com o imunizante bivalente começou no último dia 27 de fevereiro. Desde então, 86.241 cearenses receberam o dose.
Estão sendo vacinadas pessoas dos grupos prioritários que completaram o esquema básico ou que já receberam as doses de reforço. É necessário respeitar o intervalo de quatro meses.
opovo.com.br
15.03.2023