Autor Mirla Nobre
As escolas da rede pública do Ceará vão realizar busca ativa de vacinação de crianças e adolescentes de até 15 anos como estratégia para aumentar a cobertura vacinal. A iniciativa foi anunciada, nesta segunda-feira, 2, pelos Ministérios da Educação e Saúde no lançamento da Campanha Nacional de Multivacinação no Ceará, realizada na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Professor Anísio Teixeira, no bairro Paupina, em Fortaleza.
O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que a integração entre saúde e educação busca mobilizar professores, pais e responsáveis sobre a importância da vacinação e pontuou a iniciativa. “Essa parceria com as escolas agora é toda uma mobilização para que o professor, que está em sala de aula, possa estimular e saber se a criança está vacinada, conversar com os pais e estimular para que a gente possa mudar esse cenário”, disse.
Atualmente, os índices da cobertura vacinal estão acima de 85%. A expectativa, no entanto, é que a cobertura alcance a meta de 95%. Os destaques no Estado, atualmente, estão para BCG e rotavírus, que estão com 90% do público-alvo imunizado. Os dados são do primeiro trimestre de 2023, disponibilizados no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), do Ministério da Saúde.
Conforme com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, essa mobilização e demais ações nos municípios fazem parte de ações do Programa Saúde nas Escolas. A ministra também pontuou as possíveis atividades a serem realizadas pelos professores na rede de ensino.
“São ações locais de trabalho com os profissionais de saúde que vem a somar com o programa Saúde nas Escolas, que vão trabalhar com a comunidade escolar e sensibilizar as famílias da importância da vacinação, ajudando a verificar a caderneta, reforçando a necessidade da vacinação para aqueles que não tem a vacinação de todas as vacinas”, explica.
De acordo com o governador do Ceará, Elmano de Freitas, a campanha trabalha com união e reconstrução. “Todos os 184 municípios do Ceará unidos para vacinar todas as nossas crianças com as vacinas distribuídas para todas as nossas unidades básicas de saúde. A relação do Ministério da Saúde e das secretarias da saúde e educação com a capilaridade que nós temos nas nossas escolas, permite chegarmos a todas as famílias, vamos poder integrar", pontua.
A campanha busca atualizar o esquema vacinal de cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes, público-alvo da vacinação. Durante a campanha, que segue até o dia 14 de outubro, todas as vacinas de rotina estarão disponíveis durante as três semanas da campanha. A vacina da Covid-19 terá ser oferecida e intensificada durante o período.
A titular da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Tânia Mara, informa que outras iniciativas estão sendo articuladas para conscientizar o público sobre campanha, principalmente pessoas de difícil acesso no Estado.
"Existe um trabalho sendo feito com os municípios utilizando estratégias, como vídeos, passeatas, carreatas para atrair a população e falar da importância da vacinação. Os municípios são muito importantes para gente conseguir atingir aquelas crianças que estão em cidades mais distantes", destaca Tânia.
Para a campanha nacional de multivacinação, o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, destinou mais de R$ 151 milhões a estados e municípios para ampliar o alcance do público-alvo. Foram destinados R$ 5,1 milhões para apoiar as ações nos municípios cearenses.
Desafio também é combater a desinformação e aumentar trabalho com dados
Entre as dificuldades sobre o cenário da vacinação no país, estão o combate à desinformação sobre as vacinas e a disponibilização dos dados atualizados sobre a cobertura vacinal nos estados, que podem para auxiliar no aumento da adesão à imunização do público-alvo e planejar políticas estratégicas para aumentar a cobertura vacinal. A última atualização da cobertura vacinal está relacionada ao primeiro trimestre deste ano.
Para Nísia Trindade, além do trabalho do Governo Federal e Estadual, a sociedade também precisa engajar no combate à desinformação. “A escola é um espaço muito importante de falar com as famílias, de trazê-las para a vacinação. Ainda existe uma campanha de desinformação e mentiras e isso afeta todas as vacinas e nós estamos trabalhando no esclarecimento”, informa.
Para viabilizar o aumento de uma base de dados sobre o cenário no Estado, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) planeja, por meio de Tecnologia da Informação (T.I), aumentar, de forma rápida, a chegada de dados do Estado a partir dos dados direto dos municípios. A secretária da Saúde do Ceará, Tânia Mara, comenta que o objetivo é ter esses dados de forma mais rápida e ter conhecimento da cobertura vacinal de forma mais eficiente.
Na última quarta-feira, 27, a Capital lançou a plataforma BigData Fortaleza para dar suporte aos gestores municipais na reformulação e no planejamento de políticas públicas na Capital. Com uso de Inteligência Artificial (IA), o foco inicial será à Primeira Infância a partir do cruzamento de informações com as áreas da saúde e educação.
A plataforma contará com dados relacionados à demandas por creches, acompanhamento de gestantes e vacinação para planejamento das medidas. A iniciativa também auxilia nas informações sobre cobertura vacinal e demais planejamento para aumentar a adesão vacinal em Fortaleza.
Segundo o secretário Municipal de Saúde de Fortaleza, Galeno Taumaturgo, o BigData chega no momento crucial para auxiliar a campanha de vacinação. “É a maneira mais inteligente de fazer buscas. O BigData entra nessa estratégia me dizendo a quantidade de crianças que ainda tem falha na sua vacinação. Você tem em tempo real aquele esquema de vacinação, que a busca ativa fica mais fácil e ágil”, explica.
Durante a mobilização, serão disponibilizadas todas as vacinas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), direcionadas para bebês, crianças e adolescentes. Entre elas poliomielite, sarampo, rubéola, caxumba, entre outras.
Veja lista das vacinas
Até 4 anos, 11 meses e 29 dias:
- BCG
- Poliomielite inativada (VIP)
- Poliomielite oral (VOP)
- Pneumocócica 10 (Conjugada)
- Meningocócica C (Conjugada)
- Hepatite A
- Tetraviral (sarampo, caxumba e rubéola e varicela - SCRV)
- Rotavírus (1ª dose até 3 meses e 15 dias)
- Hepatite B
- Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola - SCR)
- Febre amarela
- Covid-19
Até 6 anos, 11 meses e 29 dias
- Penta (DTP/Hib/HB)
- DTP (Difteria, tétano e coqueluche)
- Hepatite B
- Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola - SCR)
- Febre amarela
- Covid-19
A partir de 7 anos até 14 anos, 11 meses e 29 dias
- Hepatite B
- Febre amarela
- dT (Difteria e tétano)
- Tríplice viral
- Covid-19
9 a 14 anos, 11 meses e 29 dias
- HPV
11 a 14 anos, 11 meses e 29 dias
- Meningocócica ACWY