Autor Ana Rute Ramires
O Ceará realizou 1.687 transplantes de órgãos e tecidos ao longo de todo o ano de 2023. Os dados são da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). O número não apresenta alteração relevante em relação ao ano anterior, quando foram feitos 1.675 procedimentos.
Em 2020, com o avanço da pandemia, os números de transplantes realizados foram 1.122. Em 2021, foram realizados 1.524.
Números detalhados, contudo, ainda não foram consolidados. Último relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), considera dados de janeiro a setembro. Segundo o documento, no período, foram feitos 139 transplantes de rim e 157 de fígado.
Ivelise Brasil, médica cirurgiã do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), destaca que a doação de órgãos é a condição fundamental para a realização do transplante.
"É muito importante a conscientização das famílias. É fundamental a informação", acrescenta. A médica relata que a principal dúvida entre os familiares é se o paciente está em morte cerebral.
A segunda, é para quem vai os órgãos. "Se tem uso irregular, se alguém vai ser privilegiado. Mas isso não acontece na fila. Há um monitoramento, inclusive, por parte do paciente que tá na fila", explica.
Segundo Ivelise, a perspectiva é de aumento a partir de que a população tenha mais informação adequada. "Quando a pessoa se declara doadora é mais fácil, a família tem que saber. Porque, no fim das contas, quem vai doar é a família. A família já sabe quando é desejo do paciente. Trás menor dor e complicações", salienta.
Ela comenta que a a maior demanda é de rim. Conforme o último relatório da ABTO, de setembro, 1.394 pacientes estavam na fila por órgãos ou tecidos, sendo 1.186 na espera por um rim.
"Porque os pacientes podem perder a função do rim por problemas corriqueiros, como diabetes e hipertensão. Os órgãos mais difíceis são os mais delicados, como pulmão, coração, que precisam de logística muito mais rápida", detalha.
Nesses casos, pelo protocolo, os doadores precisam ser mais jovens e o intervalo entre a doação e o implante do órgão precisa ser mais curto, de 6h a 8h no máximo.
Considerando apenas órgãos, o Ceará fica em sétimo lugar na realização de transplantes no país, conforme o Ministério da Saúde. Número considera procedimentos realizados entre janeiro e setembro de 2023.
Na última sexta-feira, 5, o Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ), realizou a primeira captação de órgão da instituição. O procedimento, inédito na Região de Saúde Litoral Leste/ Jaguaribe, permitiu a captação de um fígado, destinado para transplante em Fortaleza.
Aumento de transplantes no Brasil em 2023
Em 2023, o Brasil registrou o melhor resultado no número de transplantes de órgãos dos últimos dez anos. Entre janeiro e setembro, 6.766 transplantes foram realizados em todo o País, enquanto no ano anterior foram registradas 6.055 no mesmo período.
De janeiro a setembro do ano passado, 3.060 doações se efetivaram, totalizando 17% a mais em comparação com 2022, que totalizou 2.604. Vale lembrar que as informações referentes à 2023 são preliminares e estão sujeitas a alterações.
Com 4.514 cirurgias realizadas, o rim é o órgão mais transplantado com 66,72% dos procedimentos. Em segundo e terceiro lugar, aparece o fígado (1.777) e o coração (323), respectivamente. No momento, 41.559 pessoas aguardam na lista por um transplante de órgãos. Deste total, 24.393 são homens e 17.165 são mulheres.
opovo.com.br
Cariri Ativo
11.01.2024