Adoção dos equipamentos pelas tropas especiais da Polícia Militar fluminense é fruto de discussão sobre táticas para reduzir a letalidade policial nas favelas
Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro usarão câmeras nos uniformes a partir da próxima segunda-feira (8). A adoção dos equipamentos pelas tropas especiais da Polícia Militar fluminense acontece após mais de quatro anos de discussões entre Estado, Justiça e movimentos ligados à defesa de direitos humanos sobre táticas para reduzir a letalidade policial em comunidades.
O secretário de estado de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, integrante do Bope, detalhou ao jornal O Globo que os servidores já estão em treinamento para utilizar os aparelhos de monitoramento nas fardas.
"Cumprimos a determinação do STF [Supremo Tribunal Federal]. Já estava no nosso cronograma a data para o Bope usar câmeras em seus uniformes. Será no próximo dia 8", disse ao veículo.
Em julho de 2023, o Governo do Estado decretou que policiais das tropas de elite das polícias Militar e Civil — Batalhão de Polícia de Choque, Bope e Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) — passassem a usar câmeras nos uniformes. A medida atendeu a uma determinação do STF. Conforme o documento estadual, o uso dos dispositivos deveria ser detalhado em uma resolução conjunta, elaborada pelas secretarias de Estado de Polícia Civil e de Polícia Militar.
Em 2016, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) propôs a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como ADPF das Favelas, para reduzir a letalidade policial em operações realizadas nas comunidades do Rio de Janeiro. A proposta, assinada por diversos movimentos populares, recomendava, entre outras ações, a adoção de câmeras nos uniforme dos agentes de segurança. No entanto, o Estado chegou a argumentar que a gravação das ações poderia revelar as táticas das policiais, conforme informações do O Globo.
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Cariri Ativo
03.01.2024