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Por conta de assalto que não praticou em Juazeiro, vigilante está preso em São Paulo sendo inocente

Por conta de assalto que não praticou em Juazeiro, vigilante está preso em São Paulo sendo inocente

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Divulgação
Uma situação embaraçosa resultou na prisão de um homem em São Paulo que tem o mesmo nome de assaltante em Juazeiro

Demontier Tenório

Uma situação embaraçosa resultou na prisão de um homem em São Paulo que tem o mesmo nome de assaltante em Juazeiro. O vigilante Cristian dos Santos Coelho, de 40 anos, residente em São José dos Campos (SP) está preso desde o dia 28 de dezembro por conta de um crime que não cometeu. No dia do crime em Juazeiro (14 de março de 2007), ele estava a uma distância de 2,5 mil Km em relação ao Cariri, onde o assalto foi praticado por um homônimo seu.

Naquela data, o vendedor Cristian dos Santos Coelho, de 39 anos, o “Paulista”, residente na Travessa São Damião (Santa Tereza) em Juazeiro, praticou o crime. De acordo com os autos, ele se juntou com Valdir de Souza, de 41, que mora na Vila Dom Bosco (Santa Tereza), José Pedro de Brito Filho, de 38, o “Robertinho”, residente no mesmo bairro e outro identificado apenas por “Ramom”.

O quarteto sequestrou um homem no Crato, o colocou no porta-malas do seu carro e vieram até o Banco do Brasil de Juazeiro onde fizeram saques. Depois, abandonaram a vítima dentro do carro e, nas investigações três foram presos e autuados em flagrante por crimes de assalto e formação de quadrilha. Ambos nasceram em São José dos Campos (SP), o que levantou a suspeita do advogado de defesa do vigilante, Cezar Augusto Trunkl Muniz.

Segundo ele, o Cristian dos Santos Coelho que foi preso em Juazeiro, tem o mesmo nome, nasceu na mesma cidade e possui o mesmo nome de pai e mãe do vigilante residente em São Paulo. Muda apenas a data de nascimento em que o vigilante é nove meses mais velho do que o assaltante. Acontece que Cristian, residente em Juazeiro, foi preso em flagrante e não dispunha de um documento de identificação para comprovar.

Na época, a polícia não colheu as digitais dele para encaminhar ao Instituto de Identificação local, que validaria a real identidade do criminoso. Tal fato leva o advogado do vigilante acreditar que o assaltante usou documento falso, em nome do Cristian que mora em São Paulo e acabou preso pela Polícia Civil de São José, cumprindo mandado de prisão expedido pela Comarca de Juazeiro.

Ou seja, o verdadeiro assaltante ganhou liberdade em agosto de 2007 e está foragido, mas o vigilante que mora em São Paulo segue preso. Está no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos (SP), para onde foi transferido por trabalhar na área de segurança. O advogado Cesar Augusto Muniz ingressou com pedido de habeas corpus, com fins de revisão criminal junto à Justiça do Ceará para liberar o vigilante, que é pai de três filhos e corre o risco de perder o emprego.

Ele trabalha como vigilante numa escola de São José como vigia. Uma das provas da defesa é a alta do Hospital Municipal de São José dos Campos, onde esteve internado após acidente chegando a sofrer traumatismo craniano. No mesmo período, o Cristian de Juazeiro praticava a “saidinha bancária” juntamente com os seus comparsas no Cariri e era ouvido pelo juiz em Juazeiro.

Para o advogado, houve um erro de procedimento no Ceará punindo um homem que jamais saiu de São Paulo. O habeas corpus impetrado por Muniz está nas mãos da desembargadora Lira Ramos de Oliveira, do Tribunal de Justiça do Ceará, pronto para ser julgado, mas sem data definida. Após liberar Cristian da prisão e anular a condenação que mancha seu nome, o advogado promete mover ação por danos morais.

miseria.com.br

Cariri Ativo

08.02.2024