Autor Lara
Vieira
Somente nos primeiros seis meses de 2024, o Ceará já ultrapassou
a média de chuvas registrada em todo o ano passado. Até esta
segunda-feira, 17, de acordo com dados da Fundação Cearense de Meteorologia e
Recursos Hídricos (Funceme), o Estado acumulou uma média de 859,5 milímetros
(mm) de chuva. Já em 2023, a média observada foi de 839,6 mm.
Até o momento, as chuvas no Estado estão consideradas dentro do normal,
com um desvio positivo de 25,3% em relação a média climatológica anual,
que é de 809,1 mm. Já em todo o ano anterior, as chuvas também foram
consideradas dentro do esperado, com um desvio positivo de 3.8%.
Os dados positivos têm relação direta com as precipitações entre
fevereiro e março, equivalentes ao período de quadra chuvosa no Ceará. Somente
entre esses meses em 2024, houve um acumulo de 763.2 milímetros no estado,
considerado dentro da média para o quadrimestre, que é de 609,2 mm.
Já em relação ao ano anterior, o período da quadra chuvosa resultou numa
média de 644mm, também dentro do esperado para a época e resultando num desvio
positivo de 5.7%.
Ainda segundo a Funceme, em todo o ano de 2024, o município que
registrou maior acumulado de chuvas foi Barroquinha, no Litoral Norte. Até esta
segunda-feira, 17, a cidade registrou 2.413 mm. Em relação ao esperado anual,
que equivale a 1.123 milímetros, houve um desvio positivo de 114%.
Fortaleza, por sua vez, registra o segundo maior acumulado do Ceará até
o momento, com 1.903,8 mm. O desvio positivo é de 29.9% em relação à média
anual, que equivale a 1.465,7 mm.
Apesar da alta nas chuvas recentes no Ceará, é provável que esse índice
diminua nos próximos meses, devido à aproximação do característico período de
estiagem no Estado.
“A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é caracterizada por uma
banda de nuvens altamente convectivas que circula a faixa equatorial do globo
terrestre e, nesta época do ano, influencia as chuvas no estado, principalmente
na região do centro-norte. Com o deslocamento da ZCIT para o Hemisfério Norte,
já no final de maio, naturalmente houve uma redução de chuvas no estado”,
explica o meteorologista da Funceme, Frank Baima.
De acordo com o especialista, os meses de junho e julho, popularmente
denominados de pós-estação, apresentam valores pluviométricos reduzidos quando
comparados à estação chuvosa. Já entre agosto e setembro é estabelecido o
período seco do estado, onde o forte calor predomina.
Ceará ainda tem 25
açudes sangrando
Com o fim da quadra chuvosa, o nível dos açudes, que passaram quatro
meses acumulando carga d'água, começa a reverter e a
graduadamente secar até a próxima temporada de chuvas. Nesta
segunda-feira, 17, o Ceará está com 56,7% da capacidade hídrica dos 157 maiores
reservatórios, monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos
(Cogerh).
Atualmente, 35 açudes ainda estão sangrando. Ao todo, 76 reservatórios
chegaram a 100% da capacidade em 2024. Em abril, eram 72 vertendo ao mesmo
tempo, o que representou a melhor marca desde 2009. Esse volume é resultado da
temporada mais chuvosa em 15 anos.
Outros 42 açudes estão com volume superior a 90%. Segundo a Cogerh, o
aporte deste ano garante o
abastecimento hídrico da Grande Fortaleza pelos próximos cinco anos.
opovo.com.br
Cariri Ativo
18.06.2024