Autor Thays Maria
Salles
Em reunião com
reitores de universidades e institutos federais, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) disse não ver motivos para
o prolongamento da greve nas universidades federais. O ministro da Educação, Camilo
Santana (PT), também rebateu críticas dos
representantes no encontro realizado nesta segunda-feira, 10, no Palácio do
Planalto, em Brasília.
"Eu acho que,
nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, vocês vão
perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está
durando, porque quem está perdendo não é o Lula, não é o reitor, é o Brasil e
os estudantes brasileiros", disse o presidente, alegando que "greve
tem tempo para começar e para terminar".
Além de reajuste
salarial, os professores e servidores reivindicam a reestruturação da carreira
e a revogação de normas estabelecidas em governos passados. Presente no evento,
a presidente da Associação Nacional de Dirigentes das Instituições de Ensino Superior
(Andifes), Márcia Abrahão,
defendeu que os salários do grupo estão "defasados".
"São
trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios
do País e que possuem remunerações muito defasadas, como o senhor Lula bem
sabe, ainda mais quando comparamos com carreiras que tiveram reajuste
recentemente. Há técnicos que chegam a ganhar menos de um salário
mínimo", avaliou Abrahão, que também é reitora da Universidade
de Brasília (UnB).
Lula considerou
que os dirigentes sindicais "precisam ter coragem de propor, negociar e
tomar decisões que não são o 'tudo ou nada'". Camilo, por sua vez, rebateu
as críticas dos reitores e relembrou a atuação do governo na pauta.
"Esse é um governo que depois
de seis anos sem reajuste salarial, deu um reajuste de 9% no seu primeiro ano
de governo. Para vocês terem ideia, 9% de aumento salarial só para servidor de
educação tem impacto de mais de R$
8 bilhões no orçamento do MEC", explicou Camilo.
E seguiu: "Então,
quando se fala em orçamento, é importante que os reitores tenham a noção que
orçamento não é só custeio. É custeio, investimento, pessoal, é tudo que entra
na universidade, tudo o que entra no MEC".
O presidente também se
direcionou ao chefe do MEC, cobrando-o para que entrem em funcionamento os
institutos já anunciados. Além disso, Lula sugeriu que os reitores busquem
prefeitos para checar espaços possíveis para sediar os estabelecimentos.
"O que não pode
acontecer é anunciar e, um ano depois, não ter institutos", iniciou.
"Se colocarmos em andamento o que anunciamos, temos chance de buscar mais
dinheiro", projetou Lula.
opovo.com.br
Cariri Ativo
11.06.2024