Vem aí uma
grande celebração da cultura cearense, com foco nos territórios do litoral. De
21 a 25 de junho, o Sesc realiza a 14ª edição do Povos do Mar, e entre os
pontos altos do evento estará novamente o Aquavelas, exposição flutuante que
acontece neste domingo, 23, a partir das 8h, saindo da Enseada do Mucuripe. Uma
ocasião para artistas de várias vertentes expressarem sua relação com o mar.
Nesta
edição, a 5ª da tradicional regata de jangadas, 14 artistas plásticos
transformarão as velas em obras de arte. Um dos expositores será o artista
visual Almeida Luz. Com mais de 30 anos de estrada, ele participa pela quarta
vez do Aquavelas, “vitrine” das mais importantes ao colocar sua criação à vista
de milhares de pessoas. “É uma forma diferente (de expor) porque é numa
jangada, um ambiente diferente do das galerias, com o qual a gente está
acostumado”, conta.
Utilizando
a técnica da hachura - e suas finas listras com paleta reduzida de cores -, o
artista cria um efeito de sombra. Neste ano, Luz levará à costa um símbolo da
capital cearense como temática. “Será um farol, que é tão importante para a
navegação. Será seguido de cores que lembram os oceanos unidas a uma vegetação,
num olhar para a natureza”, descreve, referindo-se ao velho Farol do Mucuripe.
Segundo o
consultor de Programação Social do Sesc, Paulo Leitão, o evento representa uma
homenagem à vivência do jangadeiro. “Além da pesca, o jangadeiro traz uma
cultura muito rica, e o Aquavelas possibilita traduzir parte dessa cultura em
discurso visual. É uma exposição que trabalha identidades visuais e reforça a
existência dessas comunidades, que muitas vezes são invisibilizadas”, define.
A 14ª edição do Povos do Mar contará com a participação de mais de 200 comunidades do litoral cearense, provenientes de 25 municípios reunidos para uma grande troca de vivências, práticas, sabores e saberes tradicionais.