Estrutura de 'Abin paralela' foi usada para interferir em investigação sobre filho de Bolsonaro - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
Anúncio

Estrutura de 'Abin paralela' foi usada para interferir em investigação sobre filho de Bolsonaro

Estrutura de 'Abin paralela' foi usada para interferir em investigação sobre filho de Bolsonaro

Compartilhar isso

 

Legenda: Renan Bolsonaro é o quarto filho de Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução/Instagram

Agência Brasileira de Inteligência monitorava autoridades públicas e opositores do ex-presidente


Escrito por Redação

Investigações da Polícia Federal apontam que a 'Abin paralela', estrutura da Agência Brasileira de Inteligência utilizada de maneira clandestina para monitorar autoridades públicas e opositores do governo Bolsonaro, interferiu em investigação sobre o filho do ex-presidente, Jair Renan Bolsonaro. As informações são da Folha de S. Paulo.

A PF teve acesso a mensagens que mostram agentes a serviço da Abin discutindo o monitoramento de pessoas envolvidas no inquérito que apurava a suposta atuação de Renan no favorecimento de empresários em serviços ao governo federal.

Na conversa, o agente Marcelo Araújo Bormevet e o militar Giancarlo Gomes Rodrigues, que atuavam no Centro de Inteligência Nacional da Abin, falam sobre o monitoramento de Allan Lucena, ex-sócio de Renan, e do advogado Paulo Belmonte. O diálogo ocorreu em março de 2021.

Bormevet declara: "O endereço dele [Allan Lucena] é aqui perto de casa, vou lá à noite". Em seguida, Giancarlo diz: "Acho que podemos ficar monitorando para ver quando vai ser o próximo evento e aí damos uma passada lá".

OPERAÇÃO ÚLTIMA MILHA

Investigações da Polícia Federal apontam que o governo Bolsonaro usou 'Abin paralela' para monitorar autoridades públicas e opositores. Além do sistema First Mile - que rastreia o deslocamento de um celular a partir de torres de telecomunicações - , a Agência Brasileira de Inteligência teria usado sistemas "ilegítimos", conforme aponta relatório da Polícia Federal e parecer da Procuradoria-Geral da República. As informações são do Estadão.

As informações levaram à abertura da quarta fase da Operação Última Milha, na manhã desta quinta-feira (11). Pagos em dólar e euro, esses sistemas eram utilizados em "casos mais sensíveis", que envolviam a arapongagem de ministros do Supremo Tribunal Federal e políticos.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, a opção por outros sistemas clandestinos se dava em razão de eles facilitarem a ocultação dos rastros da espionagem

QUATRO PESSOAS FORAM PRESAS

Quatro investigados foram presos, incluindo o agente Marcelo Araújo Bormevet e o militar Giancarlo Gomes Rodrigues, que atuavam no Centro de Inteligência Nacional da Agência Brasileira de Inteligência sob o comando de Alexandre Ramagem, hoje deputado federal.

O uso dos softwares veio à tona em conversa trocada entre Giancarlo e Bormevet, onde eles discutiam a produção de um dossiê sobre o ministro Alexandre de Moraes. 

Os dois tentavam estabelecer uma conexão entre o magistrado e o delegado Nico Gonçalves, ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, em relação a uma suposta investigação de corrupção. Isso ocorreu durante o período em que o Supremo Tribunal Federal confirmou, em junho de 2020, a legalidade do inquérito das fake news.

A PF ainda diz ter encontrado mensagens "indicativo de violência e ações relacionadas à tentativa de impeachment" do ministro. Em uma conversa, um deles escreveu: "Tá ficando f*** isso. Esse careca está merecendo algo a mais." A resposta foi: "Só 7.62" - o número do calibre de uma munição. "Headshot", finaliza o interlocutor, sugerindo um tiro na cabeça do ministro.

diariodonordeste.verdesmares.com.br

Cariri Ativo

12.07.2024