Jovem foi levado ao hospital para tratar ferimento sofrido durante tentativa de assalto
Durante o atendimento médico, Richard, que tem histórico de quadro psiquiátrico, afirmou ter sido maltratado pela equipe que acompanhava seu caso, conforme entrevista dada por Alexandra ao Bom Dia Rio, da TV Globo.
“Ele arrancou o soro, arrancou tudo, começou a falar que queria ir embora e que o estavam maltratando. O médico tentou conter ele, que reagiu. Depois, deu socos no meu filho e acabou acertando onde estava o ferimento da faca”, afirmou a mãe.
Reforçando a versão, uma amiga da família, que estava com Alessandra e acompanhou o atendimento do jovem, contou que um médico teria dito às duas que o ferimento de Richard era apenas superficial.
“Eu estava com a Alessandra quando um médico chegou e disse que Richard estava bem, fora de perigo. Ele informou que o corte no pescoço era superficial, mas que a recomendação era esperar até 24 horas para assegurar a necessidade de uma cirurgia”, contou Lindiane Teixeira.
Parentes da família, que estiveram no Instituto Médico-Legal (IML) nesta segunda-feira (12), afirmaram que o jovem estava estabilizado e “falando normalmente” antes de morrer.
Para Lindiane, a equipe médica deveria ter tido mais cuidado ao tratar o paciente, pois estariam cientes do quadro psiquiátrico do jovem.
“Ele tinha depressão grave, já havia sido internado algumas vezes para tratar essa condição. A gente sabe que o Richard deu um empurrão no médico, não sabemos se ele estava em surto ou coisa parecida. A reação do médico foi dar três chutes nele e um soco no pescoço, onde estava a ferida. Imediatamente, ele caiu no chão, jorrou muito sangue”, disse ela.
O QUE DIZEM AS AUTORIDADES?
Em nota enviada para o jornal O Globo, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) classificou a denúncia como grave e afirmou estar “empenhada em uma apuração rigorosa e imparcial dos fatos ocorridos no Hospital municipal Lourenço Jorge”.
Segundo o órgão, os profissionais envolvidos no caso já foram identificados e estão à disposição da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) para prestar depoimento. Outros pacientes que estavam no mesmo setor da unidade de saúde também poderão, a critério da autoridade policial, ser chamados como testemunhas.
Em relação ao que pode ter acontecido durante o atendimento, a SMS declarou: “Os profissionais alegam terem sido agredidos pelo jovem e usado os meios necessários para a contenção. Caberá à investigação policial concluir se houve excessos que contribuíram para o óbito”.
Por fim, o órgão lamentou o falecimento de Richard e se colocou à disposição para ajudar nas investigações do caso.
“A SMS e a direção do HMLJ se solidarizam com a família de Richard e seguem à disposição para colaborar com a Polícia Civil em tudo o que for solicitado para a elucidação dos fatos”, afirmou o comunicado.
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Cariri Ativo
13.08.2024