Autor Penélope Menezes
Após fazer a identificação do corpo da filha, a médica Arianne Albuquerque Estevam Risso, de 34 anos, a empresária Fátima Albuquerque não escondeu sua indignação sobre o acidente aéreo que vitimou 62 pessoas na última sexta-feira, dia 9.
“Nesse momento nós temos que transformar a nossa dor em indignação, gente. Esses aviões, nós temos aí dezenas, centenas de vídeos já dizendo que eles (os aviões) estavam colocando todo mundo em risco”, desabafou à imprensa ao sair do Instituto Médico Legal, em São Paulo.
“O Ministério Público não viu isso? A Anac (Agência Nacional de Aviação) não viu isso? Quantos filhos, quantas mães vão ter que morrer?”, completa.
"Eu acho que o Ministério Público tem responsabilidade, a Anac tem responsabilidade e, claro, os donos da empresa, que eu nem sei quem (são). Se eu sou dona de um carro todo com problema com o motor e eu alugo ele, eu sou culpado", considera.
Em nota publicada na sexta-feira, 9 a Anac lamentou o ocorrido com a empresa Voepass e afirmou estar “monitorando a prestação do atendimento às vítimas e seus familiares pela empresa, bem como adotando as providências necessárias para averiguação da situação da aeronave e dos tripulantes”.
A agência ainda acrescentou que acompanha os desdobramentos das investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
“Minha filha era cheia de olheiras, porque ficava horas e horas dentro da UTI, sabe? A vontade dela era estar salvando vidas, alentando doentes, afagando famílias. Ela estava indo pra um congresso de oncologia ‘numa’ alegria imensa”, lamenta Fátima.
Mãe lamenta morte de médica vítima de acidente aéreo: Arianne era filha única
Arianne Albuquerque Risso era residente de oncologia clínica no Hospital do Câncer de Cascavel (PR) e viajava no voo 2283 rumo a um congresso médico em Curitiba. A médica estava acompanhada de uma colega, Mariana Comiram Belim, que também não sobreviveu.
Em entrevista ao jornal O POVO, Fátima e a tia de Arianne, Rosângela, compartilharam a dor pela perda, além de relembrarem a trajetória da médica em vida. “A Arianne era uma menina doce, meiga, era muito esforçada e vivia para estudar. O sonho dela era ser médica, desde os 9 anos de idade ela já pensava em ser”, revelou Rosângela.
opovo.com.br
Cariri Ativo
12.08.2024