Segundo análise preliminar, dados sobre o metal radioativo não são alarmantes
Segundo nota enviada ao Diário do Nordeste, a Pasta está acompanhando de perto a situação e já realizou reunião com gestores e técnicos da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) e do Instituto de Radioproteção e Dosimetria da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IRD/CNEN), para avaliar possíveis riscos à população.
Os especialistas dessa Comissão, conforme o Ministério, informaram que, nesse primeiro momento, “os resultados não são alarmantes, pois não se trata de toxicidade radiológica”.
De acordo com uma portaria do próprio MS, de 2021, o valor máximo de urânio permitido na água potável é de 0,03 mg/L. Embora não tenha divulgado o estudo, a Sesa informou que os valores encontrados no distrito de Trapiá foram até 7 vezes maiores do que a recomendação.
Apesar disso, a Secretaria ressaltou que, até ao momento, não foram registadas condições clínicas ou epidemiológicas associadas à contaminação por urânio entre os moradores de Santa Quitéria. Dependendo da quantidade e do tempo de exposição, o metal pode causar problemas de saúde nos rins e câncer.
A alta concentração natural de urânio no solo de Santa Quitéria é apontada pelo Governo do Ceará como motivo para o comprometimento da qualidade da água. O município, inclusive, foi escolhido para sediar uma usina de beneficiamento de urânio, ainda em processo de discussão e licenciamento.
Segundo o governador Elmano de Freitas, a gestão estadual vai buscar pesquisadores e outros Ministérios para realizar uma análise mais robusta. Por isso, “técnicos do Ministério da Saúde foram colocados à disposição do Governo do Ceará para visitarem a região e realização de novos estudos”, informou a Pasta federal.
Para não desabastecer a população de Trapiá, carros-pipa foram designados para levar água com frequência. A obra de uma nova adutora iniciada em dezembro de 2023 também foi acelerada e deve ser inaugurada também nesta quarta (23).
O que é o EpiSUS?
De acordo com o Ministério da Saúde, o EpiSUS é um Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS, vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde, cujo objetivo é fornecer formação em epidemiologia de campo (estudo dos fatores que determinam a frequência de doenças na população) baseado em experiências práticas.
O EpiSUS-Avançado tem duração de dois anos, é presencial (em Brasília) e exige dedicação exclusiva por parte do profissional em treinamento. O profissional que pretende ingressar no EpiSUS-Avançado deve ter disponibilidade para atuar, quando necessário, em municípios dos estados de qualquer região do território nacional, a qualquer momento.
Os agentes são preparados para atuar frente às investigações epidemiológicas, análises de situação de saúde e respostas a eventos e emergências em saúde pública de interesse nacional e internacional.
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Cariri Ativo
24.10.2024