Autor Karyne Lane
O Ceará foi um dos estados brasileiros que registrou aumento de casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre crianças e adolescentes de até 14 anos nas últimas semanas. É o que indica o novo boletim Infogripe divulgado na quinta-feira, 7, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com o monitoramento, que reúne dados referentes à semana epidemiológica que vai de 27 de outubro a 2 de novembro, também há indícios de maior incidência da infecção grave nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e Maranhão.
Com base no conjunto de ocorrências da síndrome em todas as faixas etárias, ainda sinalizam crescimento de SRAG os estados do Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco e Piauí. Ou seja: das 27 unidades da federação, onze apresentam sinal de crescimento.
Entre as capitais, as ocorrências aumentaram em dez: Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Manaus (AM), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Teresina (PI) e Vitória (ES).
O cenário inspira atenção, já que a SRAG é uma complicação respiratória que pode resultar em dificuldades para respirar e queda no nível de saturação do oxigênio, entre outros sintomas.
O rinovírus, por sua vez, é um agente viral altamente contagioso que pode desencadear esse quadro. Vilão dos resfriados comuns, o vírus causa sintomas como nariz entupido, espirros, tosse e indisposição.
Rinovírus: quais são os cuidados necessários?
Para evitar sua propagação, é essencial lavar as mãos regularmente, evitar toques no rosto e manter uma boa higiene respiratória, o que inclui cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir.
Na maioria dos casos, o indivíduo infectado desenvolve sintomas leves como coriza, dor de garganta, tosse, espirros e congestão nasal.
Entretanto, outras situações podem evoluir para a SRAG, que tem as crianças entre os grupos mais suscetíveis.
Desde o início do ano, já foram registrados no Brasil mais de 72 mil ocorrências de SRAG com exames positivos para algum agente viral.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas analisadas, a prevalência foi de 11% para influenza A, 11,1% para influenza B, 4,9% para vírus sincicial respiratório (VSR), 36,8% para rinovírus e 24,2% para o coronavírus, causador da covid-19.
Considerando apenas os casos que evoluíram a óbito, 56,3% estão associados à covid-19. As mortes também foram relacionadas com a influenza A (16,3%), a influenza B (11,2%); VSR (0,5%) e o rinovírus (7,4%).
Covid-19 registra queda, mas ainda é principal responsável por internações entre idosos
No cenário nacional, os casos de SRAG por covid-19 continuam em queda na maioria dos estados das regiões centro-oeste, sudeste e sul — com exceção do Rio de Janeiro, que apresenta manutenção do sinal de retomada do crescimento.
A atualização do boletim também mostra que a incidência da síndrome pelo coronavírus (SARS-CoV-2) tem apresentado maior impacto em crianças pequenas e idosos, enquanto a mortalidade tem sido mais elevada entre idosos a partir de 65 anos.
Segundo a publicação, o Brasil passou recentemente por uma onda de covid que teve início por volta da semana epidemiológica 32, mas já apresenta sinais de queda em muitos estados.
Apesar disso, o vírus da covid permanece como a principal responsável pelas internações entre pessoas idosas nas últimas semanas.
Em relação aos demais vírus com circulação relevante no País, o Infogripe verificou, ainda, um leve aumento das notificações de casos de SRAG por influenza B nas últimas semanas, especialmente na população de 14 a 49 anos.
Até o momento, no entanto, conforme observa estudo, o número de registros de casos graves por influenza B ainda não é muito expressivo e não tem criado impacto nas hospitalizações por SRAG nessa faixa etária em âmbito nacional.
opovo.com.br
Cariri Ativo
11.11.2024