No intervalo de 22 dias, a parlamentar recebeu 43 e-mails com ameaças, mensagens de ódio e ataques racistas.
A Polícia Federal investiga os ataques contra a deputada federal pelo Paraná Carol Dartora (PT). Na semana passada, a parlamentar relatou nas redes sociais estar recebendo e-mails com ameaças de morte, mensagens de ódio e ofensas racistas.
Segundo Dartora, as ameaças começaram no dia 14 de outubro deste ano. Desde então, foram 43 e-mails com este tipo de conteúdo.
Em um deles, compartilhado por Dartora na web, o remetente diz que vai derramar gasolina sobre o corpo da deputada e colocar fogo nela. Além disso, se refere à deputada como "macaca".
Saúde afetada
A parlamentar disse que os ataques têm afetado a saúde e também o seu dia a dia como profissional. "O medo tem me paralisado, ao ponto de que sair de casa se torna um desafio e me sinto constantemente em alerta, com receio de desconhecidos. Como deputada federal, meu trabalho exige presença pública, pensamento estratégico e soluções para enfrentar o racismo estrutural no Brasil, mas, diante dessa violência, tudo se torna extremamente difícil", conta.
Dartora enviou cópias das mensagens para a Polícia Federal, para a Polícia Legislativa do Congresso e para o Ministério Público Federal (MPF). Além disso, ela pediu proteção pessoal.
A deputada considera sofrer ataques políticos, e diz que a violência não afeta apenas ela, mas também as pessoas próximas.
"Essa violência não me atinge sozinha; ela abala a paz dos que estão ao meu lado, daqueles que me amam, meus amigos e familiares, que vivem diariamente com o coração apertado, temendo pelo que pode me acontecer. Essa violência política é cruel, insuportável, e me adoece", desabafou.
Solidariedade
A Secretaria Nacional de Mulheres do PT (SNMPT) divulgou nota de solidariedade em que repudia aos ataques sofridos pela parlamentar.
"Nossa companheira tem sido sistematicamente vítima de ameaças, ataques racistas e mensagens de ódio. No país que trata violentamente as mulheres que ocupam a política e os espaços de decisão, ver uma deputada federal da envergadura de Carol, soa ofensivo aos racistas e misóginos, que buscam diminuir sua envergadura e trajetória política e social. A esses seres abjetos somente o esgoto e a cadeia interessam", diz o comunicado.
A entidade ainda pede rapidez nas investigações sobre o caso. "Contamos com a celeridade das autoridades na investigação e identificação dos autores dessas ameaças, que buscam silenciar nossa companheira e as demais mulheres que estão na política".
diariodonordeste.verdesmares.com.br
Cariri Ativo
06.11.2024