Autor Bárbara Mirele
Após sete meses, a jovem Sabrina Gomes, 24, conseguiu acesso à medicação de alto custo para iniciar o tratamento contra um tumor torácico. Sabrina foi diagnosticada com Síndrome de Cushing aos 15 anos de idade. Junto da doença, também descobriu a presença de um tumor no tórax.
Para conseguir acesso a um dos medicamentos indicados para o tratamento, de alto custo, ela precisou recorrer à Justiça para conseguir que o Governo do Ceará pague o remédio, que custa R$ 32 mil.
O tio de Sabrina, Charles Gomes, informou que, para iniciar os preparativos para consumo da medicação, a Secretaria da Saúde a transferiu, de forma urgente, para o Instituto do Câncer do Ceará (ICC). Conforme ele, foi indicado que ela fizesse uma cintilografia na quinta-feira, 14, e o médico indicará quando as aplicações do Lutécio radioativo serão iniciadas.
Lutécio radioativo e raditerapia venosa
“Resolvi colocar na Justiça no ano passado, porque é uma medicação de alto custo e que só pode ser comprada pelo Governo. É uma medicação nuclear, fornecida pela medicina nuclear”.
Sabrina relata que o juiz aprovou a solicitação em março deste ano e que esperava uma resposta da Sesa há sete meses. “Ficou aquela coisa de como vão conseguir a medicação, onde irão comprar, se a compra é feita pelo Estado ou prefeitura”. A informação repassada a ela é de que a medicação está em processo de compra.
O POVO teve acesso ao relatório médico emitido pelo Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará (HUWC). O documento destaca que a jovem tem o “diagnóstico de tumor neuroendócrino mediastinal produtor de ACTH com recidiva inoperável e expressão de receptores de somatostatina documento ao PET-DOTA”.
Ainda no documento é destacado que o “tratamento deve ser realizado com lutécio radioativo, em aplicações de 7,4 GBq a cada dois meses, por um total de quatro doses”.
Necessidade de equipe especializada
Breno relata que no primeiro processo que foi aberto, “nenhuma unidade habilitada se cadastrou para execução desse serviço”. O coordenador contou que atualmente um segundo chamamento está aberto.
“Esse tipo de tratamento precisa ser feito por uma unidade específica que faz radioterapia, e prescrito por uma equipe especializada para isso. Fizemos o encaminhamento para o atendimento da paciente para um atendimento nessa unidade”.
O coordenador informou que Sabrina passou por atendimento com equipe multidisciplinar. “Foram feitos exames para uma prescrição mais segura e efetiva. A partir da prescrição com equipe especializada, seguimos para o processo de contratualização aqui na Sesa”.
“Por tratar-se de uma medicação que não consta no rol do Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria está seguindo todos os trâmites legais para a contratualização segura desse tratamento que a Sabrina tanto precisa”, finaliza o coordenador.
opovo.com.br
Cariri Ativo
12.11.2024