Autor Danielle Christine
O asteroide 2024 YR, identificado em 27 de dezembro de 2024 pelo sistema Atlas no Chile, está sendo monitorado por astrônomos devido à sua trajetória.
Dados recentes indicam uma chance de 1,2% de impacto com a Terra em 22 de dezembro de 2032, um aumento em relação às previsões iniciais, que apontavam uma possibilidade inferior a 0,1%.
O impacto teria energia equivalente a 8,1 milhões de toneladas de TNT, suficiente para devastar uma cidade inteira.
Apesar disso, especialistas destacam que as incertezas ainda são grandes e que novas observações podem afastar esse risco. A trajetória do asteroide continua sendo refinada, e geralmente, com mais dados, a probabilidade de colisão tende a diminuir.
Asteroide 2024 YR: classificação na escala de Turim
Com um tamanho estimado em 55 metros, 2024 YR foi classificado como nível 3 na escala de Turim, que mede o risco de impacto de asteroides.
Esse é o nível mais alto registrado desde 2004, quando o asteroide Apophis chegou ao nível 4 antes de ter seu risco descartado. A escala de Turim varia de 0 a 10, sendo o nível 0 atribuído a objetos sem risco e o nível 10 reservado para colisões catastróficas.
No nível 3, um asteroide apresenta uma chance superior a 1% de impacto e potencial para destruição localizada. No entanto, esse status pode mudar à medida que novos dados forem coletados e as margens de erro reduzidas.
Segundo Romário Fernandes, professor de astronomia no Colégio Militar do Corpo de Bombeiros, o nível 3 indica uma passagem próxima que merece atenção. “Estamos falando de um asteroide que exige monitoramento porque há uma possibilidade de impacto, ainda que pequena”, explicou.
Asteroide 2024 YR: possibilidades de impacto
O impacto dependerá de três fatores principais: massa, velocidade e local da colisão. “Se um asteroide atingisse uma cidade, o dano seria catastrófico. No entanto, se caísse no oceano ou em uma região desabitada, os impactos seriam menores”, disse Fernandes.
Atualmente, as previsões sobre a aproximação do 2024 YR ainda apresentam grandes variações, indicando que ele pode passar a uma distância de 765 km a 1,6 milhão de km da Terra. A incerteza no horário exato da máxima aproximação também é considerável, com uma margem de erro de mais de um dia.
Cientistas continuam monitorando o objeto para determinar sua trajetória com mais precisão. Se o risco de impacto persistir, estratégias de defesa poderão ser desenvolvidas, como desviar a órbita do asteroide.
Os cálculos iniciais apontavam uma chance inferior a 0,1% de impacto, mas esse número subiu para 1,2% com a atualização dos dados. Segundo Fernandes, esse aumento temporário é esperado à medida que mais porções da trajetória do asteroide são excluídas.
“Quanto mais tempo de observação, menor a margem de erro. Inicialmente, eliminamos trajetórias mais distantes da Terra, o que pode aumentar a probabilidade de impacto momentaneamente. Porém, à medida que os cálculos são refinados, a tendência é que essa possibilidade seja descartada”, esclareceu.
Asteroide 2024 YR: possibilidades de defesa
Caso atinja o planeta, os danos dependeriam da localização da colisão. Embora a energia do impacto seja elevada, a maior parte da superfície terrestre é coberta por oceanos ou áreas desabitadas, reduzindo o risco para populações urbanas.
Caso o impacto fosse inevitável, estratégias de defesa seriam necessárias. De acordo com Fernandes, a tecnologia para desviar asteroides já foi testada com sucesso.
“Foi feito um experimento para alterar a trajetória de um asteroide fora do cinturão de asteroides. O princípio seria semelhante: lançar um objeto para colidir com o asteroide em um ângulo que alterasse sua órbita. Explodi-lo diretamente não seria eficaz, pois os fragmentos poderiam continuar na direção da Terra”, afirmou.
Se o 2024 YR colidisse com o oceano, poderia gerar um tsunami, mas os efeitos dependeriam da quantidade de energia liberada. “O impacto deslocaria uma grande massa de água, podendo gerar ondas gigantes. No entanto, não é garantido que essas ondas atingiriam regiões habitadas. Tudo dependeria da localização e intensidade do impacto”, explicou o astrônomo.
Asteroide 2024 YR: importância da vigilância espacial
A descoberta e o monitoramento do 2024 YR reforçam a necessidade de investimentos na observação de objetos próximos à Terra. Asteroides desse porte são grandes o suficiente para causar destruição significativa, mas pequenos demais para serem detectados com antecedência sem programas de vigilância eficazes.
Por enquanto, não há motivo para alarme. As chances de impacto ainda são baixas e devem diminuir com mais observações. No entanto, acompanhar a trajetória do asteroide é essencial para garantir que, caso necessário, medidas preventivas possam ser tomadas.
Apesar do aumento da probabilidade de impacto, especialistas ressaltam que a situação não é alarmante. O monitoramento do 2024 YR continua, e novas observações devem refinar sua trajetória. Até o momento, a tendência é que o risco seja reduzido nos próximos meses.
opovo.com.br
Cariri Ativo
30.01.2025