Caso ocorreu após jogo do Dragão contra o Goianésia
A repórter havia perguntado sobre a atuação do meia Shaylon, que não está em boa fase. Então, o dirigente perguntou a ela se algum outro atleta tinha feito boa partida. Então, a repórter citou o atacante Alejo Cruz.
Ele afirmou que ela elogiou o desempenho do uruguaio por achar o atleta "bonitinho". Em seguida, a repórter contestou o comportamento do dirigente, afirmando que a brincadeira foi feita por ela ser mulher e se retirou da coletiva.
Adson se desculpou e disse que "não queria barraco" e que Nathália poderia se "vitimizar" e que não foi intenção dele magoá-la. Ele se manifestou por meio de nota em uma rede social para pedir desculpas.
"Gostaria de expressar minhas desculpas pelo comentário feito durante a entrevista de hoje. Em nenhum momento minha intenção foi ofender ou desrespeitar você, que considero uma profissional de muito bom nível. Entendo que, em situações como essa, o humor pode ser mal-interpretado, e lamento profundamente se a brincadeira a fez se sentir desconfortável", disse o presidente da SAF do Atlético-GO.
Já nesta quinta-feira (30), a repórter se manifestou nas redes sociais para agradecer o apoio recebido.
A Associação dos Cronistas Esportivos de Goiás se manifestou sobre o tema em nota oficial assinada pelo presidente da entidade.
"Tomando conhecimento do ocorrido ontem no Estádio Antônio Accioly durante a tradicional entrevista do presidente do Atlético Goianiense Saf, Adson Batista, a Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de Goiás repudia com veemência o comportamento machista e desrespeitoso do dirigente com a repórter Nathália Freitas, que em momento algum deixou a seriedade de lado durante seu trabalho abrindo brechas para brincadeiras.
O futebol é um espaço onde temos ainda um número reduzido de mulheres trabalhando, mas felizmente elas vem ganhando cada vez mais oportunidades, e com muito merecimento ocupando funções extremamente importantes, como é o caso da Nathália, que atua como repórter na Rádio CBN e na TV Anhanguera. Duas empresas do Grupo Jaime Câmara.
A ACEEG se solidariza com sua associada, que deixou a sala de coletiva chorando enquanto a mesma seguiu naturalmente. Nathália representa a resistência e persistência de tantas mulheres que gostam de futebol, mas que muitas vezes se mantém fora deste meio por conta de comentários como os que foram feitos por Adson Batista.
Acompanhamos nas redes sociais o pedido de desculpas do dirigente atleticano, mas muito além disso, esperamos que tais comportamentos não se repitam com qualquer que seja o profissional, independente de seu gênero, emissora ou posicionamento social e político.
Para conviver em harmonia no dia a dia de trabalho, é importante que todos nós estejamos empenhados em evitar desgastes assim. A ACEEG, em nome do presidente Lucimar Augusto, sempre atendeu todos os chamados e solicitações dos clubes, esperando também ser atendidos em situações como essa. E hoje o nosso pedido é apenas por respeito.
Da mesma forma que recentemente acolhemos o assessor de imprensa do Atlético Goianiense Saf quando o profissional foi agredido no Maracanã por um jogador do Fluminense, hoje nos colocamos inteiramente a disposição da jornalista Nathália Freitas, lamentando e repudiando mais uma vez a situação ocorrida, e que esperamos ter acontecido pela última vez".
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Cariri Ativo
31.01.2025