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Comoção marca sepultamento de jovem assassinada em Quixeramobim

Comoção marca sepultamento de jovem assassinada em Quixeramobim

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Enterro de jovem morta em Quixeramobim / Crédito: Francisco Fontenele
Vítima foi morta após ter sido feita refém na tarde desse domingo, 16; despedida é marcada por palmas e momentos de muita comoção.

 Autor Mirla Nobre, Gabriela Almeida

Centenas de pessoas, entre familiares, amigos e moradores da região, prestaram as últimas homenagens à jovem Natany Alves, de 20 anos, no Cemitério Parque Afame, localizado no bairro Antônio Machado, em Quixeramobim.

A despedida da estudante de Química, que foi raptada e morta nesse domingo, 16, aconteceu na noite desta segunda-feira, 17, e foi marcada por cantos religiosos, orações e comoção dos presentes.

Vítima foi abordada e levada por três homens enquanto estava dentro de um carro no bairro Centro. Parentes acionaram a polícia e informaram o desaparecimento da jovem.

Após diligências realizadas, o corpo dela foi encontrado em um matagal e o automóvel achado abandonado próximo a região. Os três homens suspeitos foram presos momentos depois do crime. 

O velório da jovem, que começou por volta das 12 horas de ontem, reuniu além de pessoas próximas, moradores, que foram ao local para prestar solidariedade e se mostraram assustados com o crime. 

O corpo da jovem foi levado ao Cemitério Parque Afame, situado na cidade, por volta das 17h40min, e recebeu aplausos dos presentes quando saiu da funerária.

Carro que levava o caixão foi escoltado pela Autarquia Municipal de Trânsito de Quixeramobim e no trajeto foi seguido por populares, que usavam motos e outros veículos para acompanhar o percurso. 

Durante cortejo do corpo da vítima ao cemitério, cerca de 30 pessoas de uma comunidade da região soltaram balões brancos em homenagem a jovem. Outras paravam nas ruas para observar as homenagens.

Durante o sepultamento o caixão foi novamente aberto e populares realizaram cantos religiosos e orações. Além de familiares, amigos que frequentam a mesma igreja que Natany se mostraram profundamente abalados e choraram intensamente durante o sepultamento.

Formou-se uma fila para que os presentes pudessem se despedir pela última vez da jovem. O som de uma salva de palmas marcou o momento em que o caixão foi fechado no cemitério.

Moradores e amigos vivem comoção e pedem justiça 

O crime abalou moradores e pessoas próximas a Natany, como Jonas Freitas, 21, amigo da jovem. Eles frequentavam a mesma igreja e estudaram juntos no ensino fundamental e no médio.

"(Ela) era uma pessoa incrível, uma das meninas mais doces que eu já conhecia, era muito minha amiga e não tem muito o que dizer dela não. É uma grande perda pra gente, tanto pra gente que acompanhou ela como irmão na fé, quanto como pessoa que estudou com ela na escola e coisa do tipo. Infelizmente é uma grande tragédia, mas vai ficar as melhores lembranças dela no nosso coração", lembra, emocionado enquanto se despedia da amiga no velório.

Também presente no momento, Claudinha Borges, 59, que mora na cidade desde que nasceu, diz que esse foi "um dos casos mais tristes" já registrados na região.

"Quixeramobim sempre foi vista como uma cidade ordeira, uma cidade muito pacata. Mas nós não esperávamos que chegasse a um ponto de hoje estar na situação que está (...) É uma revolta misturada com uma dor profunda que nós estamos sentindo, pois quando uma mãe chora todas choram juntas", diz.

A moradora, que atua como coordenadora pedagógica, também aponta a falta de uma Delegacia da Mulher na cidade e diz que a delegacia da área não funciona a noite e nem aos sábados e domingos.

"Precisamos de um maior número de policiais. Precisamos também de mais viatura. Nós somos um município de quase 90 mil habitantes. É inadmissível em um domingo, em um sábado, você não ver ninguém que possa passar segurança pra você", frisa.

Maria Liduina Nogueira, 53, diz que conhecia Natany apenas de vista. A auxiliar de cozinha ficou tão abalada com o crime que quando soube da notícia não conseguiu dormir a noite. 

"Sempre foi uma cidade pacata. Uma cidade que a gente não via isso. Mas tá vendo as pessoas de fora vêm fazer as maldades, né? Porque eles não são daqui da nossa terra, né? A população toda tá chocada", disse, frisando que tem uma filha de 23 anos que após o ocorrido agora está com medo. 

Atualizada às 20h16min

opovo.com.br

Cariri Ativo

18.02.2025