Maiores instituições financeiras ainda fazem testes antes de ofertar o benefício, explica a Febraban.
Em nota enviada à Folha de São Paulo, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) explicou que as instituições costumam testar o ambiente de crédito, ajustar e aprimorar seus fluxos antes de ofertar novos produtos.
"Todo produto bancário novo, e não seria diferente com uma linha de crédito consignado que tem potencial de alcançar 47 milhões de trabalhadores, leva as instituições financeiras a testarem o ambiente e a fazerem fases-piloto de oferta, inclusive aprendendo a lidar com o novo canal e sistemas operacionais do produto", disse a Federação.
COMO VAI FUNCIONAR O NOVO TIPO DE CRÉDITO?
A nova modalidade de empréstimo consignado pode ser acessada diretamente pela Carteira de Trabalho Digital. O sistema permitirá que os empregados consultem ofertas de crédito e autorizem o compartilhamento de seus dados com bancos habilitados.
Acesso ao crédito
Na primeira fase, os interessados devem entrar na plataforma e permitir que instituições financeiras acessem informações como nome, CPF, tempo de empresa e margem consignável. Em até 24 horas, o trabalhador receberá propostas e poderá escolher a melhor opção. A partir de 25 de abril, os bancos também poderão oferecer essa linha de crédito nos próprios aplicativos.
Portabilidade e migração
A partir de 6 de junho, será possível transferir o empréstimo para outras instituições que ofereçam taxas mais vantajosas. Além disso, quem já tem um consignado poderá migrar para o novo modelo dentro do mesmo banco em até 120 dias.
Juros menores, mesmo com a Selic alta
Uma das principais mudanças é a redução das taxas de juros. Atualmente, a média dos empréstimos para trabalhadores do setor privado chega a 103% ao ano, enquanto a nova modalidade deve reduzir esse valor para cerca de 40%. Essa queda é possível porque o pagamento será descontado diretamente na folha de pagamento via eSocial, diminuindo o risco de inadimplência para os bancos.
Limites e garantias
O trabalhador poderá comprometer até 35% do salário com as parcelas do empréstimo. Em caso de demissão, será possível usar até 10% do FGTS e a multa rescisória de 40% do saldo do fundo para quitar parte da dívida. Se ainda restarem valores pendentes, a cobrança continuará sendo feita automaticamente caso o trabalhador consiga um novo emprego com carteira assinada.
A iniciativa pode beneficiar até 19 milhões de trabalhadores nos próximos quatro anos, movimentando cerca de R$ 120 bilhões no mercado de crédito.
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Cariri Ativo
27.03.2025