Autor Wilnan Custódio
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira, 11, que "não adianta" o governante dos Estados Unidos, Donald Trump, ficar "gritando de lá". Lula disse que não tem "medo de cara feia". O presidente do Brasil se referia às tarifas econômicas impostas por Washington à importação de produtos como aço e alumínio, dos quais o Brasil é um dos maiores fornecedores.
Lula ainda recomendou que Trump fale “manso” pois ele "quer ser respeitado". "Fale manso comigo, fale com respeito comigo, que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado. É assim que a gente vai governar esse país", completou Lula.
A declaração foi feita na inauguração do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Híbrida Flex, em Betim no Estado do Minas Gerais. Além do presidente estiveram presentes o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o governador Romeu Zema (Novo). As falas de Lula acontecem às vésperas do início da cobrança das tarifas de importação dos Estados Unidos de 25%, que entram em vigor nesta quarta-feira, 12.
O governo brasileiro negocia com o governo Trump uma alternativa às tarifas. Alckmin conversou na última quinta-feira, 6, com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. Segundo o líder americano, o objetivo das taxas de importação é a proteção à indústria dos Estados Unidos.
"É no olho que a gente diz a verdade, é com o olho que a gente fala. Eu quero dizer para vocês em alto e bom som: podem ter certeza, a economia brasileira vai continuar crescendo, a gente vai continuar gerando emprego, a inflação vai baixar", afirmou o presidente Lula.
"Nós fizemos a maior política tributária que esse país já viu na história e todo mundo vai ganhar, porque nós não queremos o Brasil para nós, nós queremos o Brasil para vocês. E é por isso que eu digo sempre: não adianta o Trump ficar gritando de lá porque eu aprendi a não ter medo de cara feia", prosseguiu.
Desde as primeiras tarifas de Trump impostas a Canadá e México, Lula vem falando sobre reciprocidade, caso as taxas sejam adotadas contra o Brasil. O Itamaraty, porém, tem tentado evitar confronto comercial direto com a gestão do republicano, o que difere da postura do presidente brasileiro, que indica que vai seguir o caminho da reação.
"O Brasil não quer ser maior do que ninguém, mas o Brasil não aceita ser menor", completou Lula.
opovo.com.br
Cariri Ativo
12.03.2025