Análise identificou presença de substância tóxica na matéria-prima dos produtos
Na resolução, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (2), o órgão justificou que a identificação presente no rótulo dos itens podem induzir o consumidor ao erro sobre a natureza dos produtos, que são cafés falsos.
A Anvisa ainda destacou que a proibição considera as análises do Mapa que identificaram a presença de ocratoxina A — metabólito secundário produzido por espécies de fungos filamentosos — na matéria-prima das bebidas.
A substância apresenta propriedades tóxicas aos rins e ao fígado, estimulando mutações genéticas, cânceres, malformações fetais e alterações no sistema imunológico de animais em laboratório, conforme relata estudo publicado no jornal Brazilian Journal of Foof Technology.
Em humanos, a ocratoxina A pode causar Nefropatia Endêmica dos Balcãs, um tipo de disfunção renal degenerativa, e tumores no trato urinário, sendo classificada como possivelmente carcinogênica pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) — instituição ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS) responsável por classificar a carcinogenicidade de agentes.

Na análise das bebidas sabor café das marcas Melissa, Pingo Preto e Oficial, o Mapa ainda identificou que a matéria-prima está contaminada com insumos estranhos e impurezas. Esses estão denominados incorretamente no rótulo dos itens como polpa de café e café torrado e moído, mas, na verdade, se constitui de café arábica grão cru submetido à torra.
O ministério também verificou a contaminação no produto acabado, indicando falhas nas boas práticas de fabricação, no processo de seleção de matérias-primas, de produção e de controle de qualidade do item finalizado.
Diante das irregularidades, a Anvisa determinou a proibição da comercialização, da distribuição, da fabricação, da propaganda, do uso e do recolhimento das três marcas de café fake.
diariodonordeste.verdesmares.com.br
Cariri Ativo
03.06.2025


