Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta para falta de tratamento para dermatite grave no SUS - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
Anúncio

Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta para falta de tratamento para dermatite grave no SUS

Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta para falta de tratamento para dermatite grave no SUS

Compartilhar isso

 

Legenda: A dermatite atópica é uma condição dermatológica crônica, inflamatória e não contagiosa
Foto: Shutterstock

Apesar da recente incorporação de três novos medicamentos no Sistema Único de Saúde, o órgão manifestou preocupação com a ausência de opções no enfrentamento de formas severas da doença.


Escrito por
Raísa Azevedoraisa.azevedo@svm.com.br


A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) emitiu uma nota, nesta terça-feira (3), manifestando preocupação com a ausência de opções terapêuticas modernas e eficazes no Sistema Único de Saúde (SUS) para os adultos que enfrentam formas severas da dermatite atópica.

Apesar de reconhecer como um "avanço importante" a recente atualização dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para o tratamento da doença no SUS, que inclui a incorporação de três novos medicamentos, o órgão reforça que essas atualizações, embora relevantes, "não contemplam de forma plena os casos graves de dermatite atópica, especialmente entre a população adulta".

Na última semana, além dos três medicamentos já oferecidos, o SUS incorporou ao tratamento da dermatite atópica outras duas pomadas para a pele (tacrolimo, considerado de alto custo, e furoato de mometasona) e um remédio oral (metotrexato).

"Após um longo período sem revisões, a incorporação de medicamentos tópicos, como o tacrolimo e o furoato de mometasona, além do metotrexato para uso sistêmico, representa uma evolução no cuidado aos pacientes que convivem com a doença", afirmou a SBD.

Ainda assim, a falta de políticas voltadas ao público adulto acometido com a forma severa da condição dermatológica "compromete os princípios de equidade e integralidade preconizados pelo SUS", diz o órgão.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia também reforçou que já estão disponíveis no Brasil, com aprovação da Anvisa e incorporação ao rol da ANS, terapias alvo-específicas como o dupilumabe — medicamentos que têm se mostrado eficazes na modificação do curso da doença e na melhora expressiva da qualidade de vida dos pacientes.

No entanto, apesar de aprovada pela portaria SECTICS/MS nº 48, de 3 de outubro de 2024, a incorporação do uso do dupilumabe para crianças e do upadacitinibe para adolescentes com formas graves de dermatite atópica, esses tratamentos ainda não foram efetivamente disponibilizados na rede pública.

"A SBD reitera sua disposição em colaborar tecnicamente com o Ministério da Saúde na formulação e aprimoramento de políticas públicas que assegurem acesso universal, seguro e digno a todos os pacientes com dermatite atópica no Brasil", concluiu o órgão.

O que é dermatite atópica?

A dermatite atópica é uma condição dermatológica crônica, inflamatória e não contagiosa que afeta, principalmente, crianças, mas que também tem sido cada vez mais frequente em adultos.

A condição forma eczemas em áreas do corpo como dobras, cotovelos, joelhos e pescoço, mas também pode se apresentar no rosto — a intensidade das lesões e a resposta aos tratamentos depende de cada pessoa. Algumas das principais características são coceira intensa, ardor e ressecamento da pele.

Em casos leves, conforme o Ministério da Saúde, é possível que os pacientes tenham crises intermitentes com remissão espontânea. Contudo, nos casos moderados a graves, os sintomas raramente desaparecem sem tratamento.

Tratamento

Dependendo da intensidade, o tratamento da dermatite atópica pode incluir o uso de hidratantes e medicamentos e uma mudança de hábitos, como passar a usar roupas macias e evitar alimentos específicos, em caso de alergia.

Atualmente, o SUS oferece três opções de cuidado: duas pomadas para aplicação direta na pele (dexametasona e acetato de hidrocortisona) e um remédio oral (ciclosporina) para casos graves. A rede pública também oferece consultas especializadas, exames e prescrição de outros medicamentos, conforme o quadro clínico de cada paciente.

Os tratamentos buscam reduzir sintomas, prevenir agravamentos, tratar infecções (quando presentes) e restaurar a integridade da pele.

diariodonordeste.verdesmares.com.br

Cariri Ativo

04.06.2025