Agente foi preso temporariamente nesse domingo (31)
A informação foi revelada à TV Globo pelo delegado Marcos Buss, da 32ª Delegacia de Polícia. Ele detalhou que a versão do agente é sustentada desde antes da prisão, já que ele procurou a Polícia para comunicar o caso antes da repercussão.
"Ele admitiu que se envolveu numa discussão com o entregador porque ele não teria se disposto a levar o lanche na casa dele. Em dado momento dessa discussão, segundo ele, a arma dele disparou acidentalmente e atingiu o motoboy", contou. "Ele mantém a alegação de que o disparo teria sido acidental. Tão logo tivemos contato com as imagens do fato, constatamos que, pela própria dinâmica, esse disparo foi voluntário", explicou o delegado.
Uma pessoa que aponta uma arma de fogo para outra, seja em qualquer parte do corpo, e puxa o gatilho no mínimo assume o risco de causar a morte."
Após prestar o primeiro depoimento, Ferrarini foi liberado. No entanto, com a repercussão das imagens do caso, o delegado decidiu solicitar a prisão do investigado.
'Atitude repugnante'
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que o servidor foi afastado por 90 dias das funções.
"A Polícia Penal não compactua em hipótese alguma com atitude como essa, repugnante e que não representa a grande maioria dos policiais penais do Rio de Janeiro", disse ao g1 a secretária Maria Rosa Nebel. Ela afirmou ainda que um processo administrativo disciplinar foi aberto contra o servidor.
O que aconteceu

Na última sexta-feira (29), o entregador de delivery Valério dos Santos Júnior foi até o endereço do policial penal deixar uma encomenda. Ao chegar à portaria do condomínio, avisou ao cliente que esperaria ele descer para buscar o pedido.
Ferrarini, no entanto, exigiu que o trabalhador subisse até o seu apartamento — o que foi negado por ele pois essa não é uma prática obrigatória da empresa de entrega.
Ao encontrar Valério, que começou a gravar a conversa, o agente penitenciário reclamou da atitude do entregador e atirou no pé direito dele. "Então, valeu!", disse o servidor público.
"Que é isso, cara?", questionou o motoboy, se contorcendo de dor. "Que é isso é o c*aralho. [...] Bora, me dá minha parada", exigiu o policial. Ele, depois, percebeu que estava sendo filmado e foi embora.
Valério foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e atendido em uma emergência de hospital, mas foi liberado com a bala ainda alojada, o que, por enquanto, o impede de voltar a trabalhar. "Vai depender do médico falar se dá para tirar, se continua, se tem sequela", disse ele ao programa RJ2.
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Cariri Ativo
01.09.2025