Especialista alerta que a catarata avança de forma silenciosa e pode levar à perda total da visão.
A catarata é a principal causa de cegueira no mundo. Silenciosa e traiçoeira, a doença avança de forma lenta e muitas vezes imperceptível, até que a visão já esteja tão comprometida que tarefas simples, como dirigir, ler ou até reconhecer o rosto de familiares, se tornam impossíveis. “A catarata é a perda da transparência da lente natural que temos dentro dos olhos. Essa opacificação impede a passagem da luz e leva à baixa visão, que em casos mais avançados pode resultar em cegueira”, alerta o oftalmologista Dr. Daniel Fulgêncio, especialista em catarata do IOBH - Instituto de Olhos de Belo Horizonte.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a catarata causa 51 % de todos os casos de cegueira no planeta, afetando cerca de 20 milhões de pessoas. No Brasil, a realidade não é diferente: a doença é altamente prevalente e praticamente inevitável com o envelhecimento. Por ano, surgem cerca de 550 mil novos casos no país, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO). “A maior parte da população vai desenvolver catarata em algum momento da vida. Infelizmente, não existe prevenção. Não há tratamento alternativo: colírios, pomadas, laser, exercícios ou chás não funcionam contra a catarata. O único recurso eficaz é a cirurgia”, reforça o médico.
O perigo da catarata está justamente no fato de se instalar de forma silenciosa. “A visão vai embaçando de maneira lenta, insidiosa. Muitas vezes, a pessoa nem percebe que está enxergando mal, porque se acostuma com aquela visão ruim”, explica o especialista. Por isso, consultas regulares com o oftalmologista são fundamentais para o diagnóstico precoce.
A boa notícia é que a cegueira causada pela catarata é reversível. “Com a cirurgia, o paciente volta a enxergar”, destaca o Dr. Daniel. O procedimento, considerado um dos mais realizados no mundo, é rápido, seguro e de alta precisão. Em alguns casos, dependendo da lente intraocular escolhida, é possível reduzir bastante – ou até eliminar – a necessidade de usar óculos. “Hoje existe uma quantidade muito grande de opções de lentes intraoculares, que corrigem a visão para distâncias diferentes. Apesar dos resultados variarem individualmente, as lentes mais modernas podem proporcionar uma grande independência dos óculos”, explica o médico.
O processo de recuperação também costuma ser tranquilo. “Em geral, com uma semana o paciente já enxerga bem, embora a recuperação completa leve cerca de um mês. Os principais cuidados no pós-operatório são evitar esforço físico, contato com sujeira e água nos olhos”, orienta Dr. Daniel.
Diante disso, a recomendação dos especialistas é clara: não espere a catarata avançar para buscar ajuda. Quanto antes o diagnóstico for feito e a cirurgia realizada, menores os riscos e maiores as chances de o paciente recuperar a visão com qualidade e segurança.
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Cariri Ativo
09.09.2025