Os faccionados atuavam no Grande Pirambu e estavam escondidos no Rio de Janeiro.
Criminosos cearenses estão entre os mortos e presos na megaoperação deflagrada nesta terça-feira (28) no Rio de Janeiro contra a facção criminosa Comando Vermelho (CV). A reportagem do Diário do Nordeste apurou que, pelo menos, cinco foragidos do Ceará que estavam escondidos nas comunidades cariocas foram mortos pela Polícia.
Os faccionados que morreram na operação ainda não foram identificados formalmente, mas a reportagem apurou que um deles teria participado da morte de um policial militar no Grande Pirambu, em fevereiro de 2024.
Outros foragidos cearenses também acabaram presos pelas forças de Segurança do Rio de Janeiro nesta terça-feira (28).
O Diário do Nordeste solicitou nota à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) sobre os criminosos cearenses mortos ou presos no Rio, assim como questionou se a Pasta monitora possíveis retaliações no Ceará. A SSPDS declarou estar monitorando a situação no Rio de Janeiro.
"De forma preventiva, reforçou o policiamento em pontos estratégicos orientados por levantamentos realizados pela Coordenadoria de Inteligência (Coin/SSPDS)", afirmou a Pasta.
Fontes da SSPDS ouvidas pelo Diário do Nordeste já tinham confirmado a existência do monitoramento de áreas no Ceará para evitar represálias por parte de integrantes do CV.
Até às 18h desta terça, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) do Rio de Janeiro havia confirmado 64 mortes e 81 capturas durante operação das Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, iniciada ainda no começo da manhã nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do RJ.
Entre as vítimas estão quatro policiais. Um deles, o policial civil Rodrigo Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna), que havia tomado posse há dois meses. Rodrigo foi atingido com um tiro na nuca, conforme O Globo.
ATUAÇÃO NO CEARÁ
Conforme uma fonte ouvida pela reportagem, os cearenses mortos no Rio de Janeiro tinham extensa ficha criminal e estavam com mandados de prisão em aberto.
Assim como outros faccionados do CV, eles usavam a força da facção para se esconder em comunidades cariocas e continuar ordenando crimes no Ceará.
Um dos mortos na operação no Rio de Janeiro foi um dos responsáveis pelo assassinato do policial militar Bruno Lopes Marques. O homicídio aconteceu no Pirambu, em Fortaleza.
No dia 12 de fevereiro do ano passado, por volta das 21h, o PM foi executado e outros dois homens sobreviveram ao ataque. O crime teria sido ordenado por Carlos Mateus da Silva Alencar, o 'Skidum' ou 'Fiel', nome conhecido das autoridades cearenses, que também estava escondido no Rio de Janeiro.
O policial tinha 27 anos e estava de folga em um bar, jogando baralho quando foi assassinado.
MEGAOPERAÇÃO NO RIO

Em Fortaleza, nesta terça-feira (28), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, rebateu o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e disse que não negou apoio ao estado na questão da segurança pública, em meio à megaoperação.
Cerca de 2.500 agentes participam da operação, incluindo equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar do Rio de Janeiro, além de equipes do Comando de Operações Especiais (COE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil fluminense.
A ofensiva policial contou com o uso de drones, dois helicópteros, 32 blindados terrestres e 12 veículos de demolição, além de ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate para apoio médico.
No começo da noite de terça-feira, o balanço da operação era de 93 fuzis, 2 pistolas e 9 motos apreendidas. A Secretaria de Segurança classificou os ataques como uma ameaça direta à população e afirmou que a resposta policial é “firme e necessária, em defesa da sociedade”.
diariodonordeste.verdesmares.com.br
Cariri Ativo
29.10.2025


