Brasileira deixa emprego para rodar o mundo com cadela em carro - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
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Brasileira deixa emprego para rodar o mundo com cadela em carro

Brasileira deixa emprego para rodar o mundo com cadela em carro

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Legenda: Ana e sua companheira inseparável, Isis, uma golden de 5 anos.
Foto: Reprodução/Instagram.

Aos 25 anos, Ana Clara trocou o emprego fixo pela vida na estrada ao lado de Isis, golden retriever de 5 anos.


Escrito por
Redaçãoproducaodiario@svm.com.br

Aos 25 anosAna Clara Uchoa decidiu mudar completamente de rumo. Deixou o emprego estável, despediu-se da rotina em São José dos Campos (SP) e transformou um Chevrolet Celta 2005, batizado de Ozzy, no novo endereço. Desde então, viaja com a companheira inseparávelIsis, uma golden retriever de 5 anos. Juntas, elas já atravessaram diversos estados brasileiros, passaram pela Bolívia e recentemente chegaram a Cusco, no Peru.

Nas redes sociais, onde reúne mais de 600 mil seguidores, Ana mostra o cotidiano dentro do pequeno carro, os destinos visitados e os desafios de viver totalmente na estrada. A decisão radical surgiu quando ela percebeu que a vida corporativa já não fazia sentido.

“Eu tinha um bom emprego, estabilidade e dinheiro guardado, mas me sentia presa. Fazia tudo no automático, trabalhava, ganhava, guardava, e no fim da semana fazia um bate-volta para algum lugar. Chegou um momento em que percebi que estava vivendo de forma robótica”, contou ao Metrópoles.

O desejo de viajar com Isis nasceu ainda na pandemia, inspirada pela dupla Jesse e Shurastey, que cruzou as Américas. “Quando peguei a Isis, prometi que ela teria uma vida incrível, como a do Shurastey. Mas eu estava presa em uma rotina que não deixava isso acontecer”, explicou.


A virada definitiva veio em agosto de 2023, durante uma viagem solitária ao Rio de Janeiro. “Estava sentada na areia, olhando o mar, e pensei: tá tudo lindo, mas falta alguma coisa. Faltava a Isis. Prometi para ela uma vida extraordinária, e até ali eu não tinha cumprido”, relembrou.

De volta ao interior paulista, Ana começou a adaptar o Celta: cama, pequenos armários e espaço especial para a cadela. A ideia não foi bem aceita por familiares e amigos. “No começo, as pessoas ficavam inconformadas. Perguntavam como eu ia comer, onde ia dormir, se não era perigoso. Mas eu tinha certeza de que daria certo”, afirmou.

A primeira grande rota aconteceu no fim de 2023, indo de São Paulo ao Rio Grande do Norte. A viagem serviu como escola de autoconhecimento. “Foi a fase em que aprendi tudo que precisava. Fiz muita coisa errada, não cuidava direito de mim, não prestava atenção nas pessoas com quem dividia o espaço. Foi um processo de amadurecimento”, disse.

A estrada também trouxe reflexões internas. “A vida coloca situações para você tratar o que não resolveu. Eu percebi que precisava me reencontrar antes de continuar viajando”, completou.

Depois de pausar o projeto e retornar a São Paulo, ela reorganizou tudo. “Foi quando nasceu a Ana Clara viajante. Voltar atrás foi necessário. A partir dali, eu entendi que não precisava desistir, só recalcular o caminho”, afirmou.

Pela América do Sul

Em 2024, Ana iniciou a nova etapa da aventura. Cruzou o Mato Grosso do Sul, entrou na Bolívia e conheceu Sucre, La Paz, Copacabana e o imenso Salar de Uyuni.

“A Bolívia me mostrou que o plano B pode ser muito mais bonito que o plano A. Se eu não tivesse voltado atrás, não teria vivido nada disso”, contou.

Atualmente, segue pelo Peru, destino que sempre quis conhecer. Os vídeos mostram desde paisagens remotas até a reação das pessoas ao verem o pequeno Celta cruzando regiões inusitadas.

Isis continua sendo o centro emocional da jornada. “Ela é minha parceira, a razão de tudo isso. Quando eu tiver 80 anos, ela não vai mais estar aqui. Isso me lembra o quanto a vida é passageira e o quanto é importante aproveitar cada minutinho”, afirma.

E Ozzy, o Celta, também virou personagem. “As pessoas sempre perguntam: ‘Mas um Celta?’. E sim, um Celta que entrou no maior deserto de sal do mundo e agora vai me levar aos pés de Machu Picchu. Ele tem a magia dele”, brinca.

Com a monetização das redes, Ana mantém o projeto e planeja seguir pela América do Sul enquanto fizer sentido. “Meu plano é seguir enquanto fizer sentido. A estrada me ensinou que o destino importa menos do que o caminho. Eu quero conhecer o máximo de lugares enquanto a Isis estiver comigo. Depois, eu vejo o que a vida me reserva”, finaliza.

diariodonordeste.verdesmares.com.br

Cariri Ativo

19.11.2025