Um aluno foi suspenso após vídeo circular em redes sociais.
Após retornar para casa, o adolescente apresentou comportamento alterado, mas não conseguiu explicar o que havia acontecido. Horas depois, já na madrugada, ele entrou em contato com a mãe relatando dores intensas. “Ele me ligou dizendo que estava com muita dor, que tinha sido agredido na escola, aí mandou o vídeo que já tava circulando entre os alunos”, afirmou.
Conforme a família, o episódio ocorreu dentro da sala de aula e só foi descoberto por causa das imagens. “Se não fosse o vídeo, a gente não saberia”, disse a mãe. Ainda durante a madrugada, ela tentou contato com a coordenação da escola. “Mandei uma mensagem para a coordenadora da escola. Ela visualizou sete da manhã”, relatou.
Aluno que praticou agressão foi suspenso
No sábado, foi realizada uma reunião na escola com a presença do pai do adolescente agredido e da mãe do aluno apontado como agressor. Ao Diário do Nordeste, a Secretaria de Educação de Maracanaú lamentou o ato de agressão e confirmou que o "aluno que teve a conduta inadequada foi suspenso".
Uma nova reunião ocorreu nessa segunda-feira com a Secretaria Municipal de Educação para discutir possíveis medidas adicionais, incluindo a transferência do agressor para outra escola.
A mãe declarou que desde o início do ano solicitou um mediador escolar para o filho, mas teve o pedido negado.
Quando eu procurei a escola, eu questionei a presença de um mediador para ele, mas o município relata que a lei só obriga se a criança não falar ou não se alimentar sozinha
Ela ressaltou que, embora o filho se comunique, não acompanha adequadamente as atividades pedagógicas. “Embora na sala ele não acompanhe, o município não vê as outras deficiências”, afirmou.
O adolescente não retornou às aulas após a agressão. Ele apresenta lesões em várias partes do corpo. “Ele tá com hematoma nos braços, na parte do tórax, onde ele levou os murros, e nas costas”, relatou a mãe. Um boletim de ocorrência foi registrado e um exame de corpo de delito foi realizado no domingo.
A família afirma que o adolescente está emocionalmente abalado. “Ele está muito assustado”, disse. Segundo a mãe, o filho não consegue relatar se vinha sofrendo agressões anteriores: “Ele não fala essas situações. Eu só soube porque ele sentiu dor”.
Ao final da conversa com a reportagem, a mãe fez um apelo por políticas efetivas de inclusão. “A família de uma criança autista não precisa de passeata, não precisa de sessão solene. Nós precisamos de mediadores, a gente precisa de inclusão. Nossos filhos precisam ser respeitados, incluídos e não agredidos em escola”, declarou.
Veja nota completa da prefeitura de Maracanaú:
"A Secretaria de Educação de Maracanaú lamenta o ato de agressão envolvendo alunos, ocorrido na sexta-feira, 12 de dezembro, em sala de aula da Escola Senador Carlos Jereissati.
A Secretaria reforça que a escola é um ambiente que deve ser pautado pelo respeito e pela aprendizagem.
A gestão escolar dialogou com os pais e o aluno que teve a conduta inadequada foi suspenso. Os fatos estão sendo devidamente apurados e as medidas cabíveis serão adotadas.
Até a sexta-feira, 19 de dezembro, toda a ocorrência será protocolada junto ao Conselho Tutelar para as providências necessárias.
Os estudantes e as famílias receberão acompanhamento de assistente social e atendimento psicológico.
Maracanaú, 15 de dezembro de 2025".
diariodonordeste.verdesmares.com.br
Cariri Ativo
17.12.2025


