Dono de lendas e histórias de boca, a existência do "lendário pirarucu" foi comprovada.
Foram cerca de 20 minutos de tentativas para capturar o peixe, com 25 pessoas participando. Eles colocaram uma rede de pesca de uma ponta a outra do açude e conseguiram pegar o animal. Um dos pescadores responsáveis por pegar o pirarucu, Océlio Alves, contou como foi a experiência.
“Se eu morasse no Pantanal, não seria novidade, né? Mas morando no interior de Quixeramobim, para mim é como se eu estivesse assistindo àquele filme, 'O Monstro do Lago Ness'”, contou o pescador.
Segundo o National Geographic, o pirarucu pode chegar a três metros de comprimento e pesar até 220 quilos, a espécie é considerada invasora, pois não é nativa dos rios do estado. Natural das Bacias Amazônicas, o pirarucu tem características um tanto distintas dos peixes-comuns: uma cabeça achatada, um corpo longo e escamoso e a capacidade de respirar ar. A figura um tanto diferente do animal chama atenção de quem o vê.
Océlio, ou “o homem do pirarucu”, como está sendo reconhecido na região, conta que não saiu de casa para pescar, mas sim para desvendar uma lenda.
A lenda do Pirarucu
O "lendário pirarucu" carrega consigo uma lenda contada pelos moradores da região. Certo dia, próximo a um rio, uma vaca teria tentado beber água, mas recebeu um bote do temido pirarucu. Um bode também teria sido vítima do peixe que confundia os animais com presas no território. Essa história é relembrada pelo influenciador da região, Igor Fernandes.
De acordo com a engenheira de pesca e professora do Instituto de Ciências do Mar da UFC (Labomar), a espécie pirarucu já tinha sido introduzido na década de 1940 no Ceará pelo Departamento de Obras Contra as Secas (Denocs), com fins de aquicultura — quando se tem a intenção de criar organismos aquáticos, como peixes e moluscos, em ambientes controlados — visando povoar os açudes do estado.
"A única possibilidade dele estar aí é que ele foi introduzido. É a única alternativa, porque o açude não tem conexão com nada"
A afirmação da professora condiz com o que aconteceu na região. Ele realmente foi introduzido no açude, quando foi dado de presente a um morador do município, Zé do Povo, que é padrinho do influenciador Igor Fernandes. Foi Zé do Povo quem recebeu o peixão ainda como peixinho.
Eram, na verdade, um casal de peixes, mas os animais precisaram ser transportados da fazenda de Zé do Povo, porque o açude em que foram colocados estava prestes a secar. No processo de transporte, um dos peixes morreu, deixando apenas o “lendário pirarucu”.
Estagiário sob supervisão da editora Aline Conde*
diariodonordeste.verdesmares.com.br
Cariri Ativo
17.12.2025


