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Veja quem são os sete cearenses chefes de facção na lista de mais procurados do Brasil

Veja quem são os sete cearenses chefes de facção na lista de mais procurados do Brasil

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Carlos Mateus da Silva Alencar, o "Skidum" ou "Fiel", é um dos mais procurados / Crédito: reprodução/Ministério da Justiça
O programa lançado pelo ministro Ricardo Lewandowski reúne alvos de todo o Brasil. No Ceará, a lista inclui chefes do CV e do PCC com atuação no Interior.

Autor Jéssika Sisnando

Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou, nesta segunda-feira, 8, o Programa Captura, uma ofensiva nacional estratégica para cumprir mandados de prisão contra 216 criminosos perigosos. O Ceará tem sete nomes na lista prioritária, todos compartilhando um traço em comum: integram a cúpula de facções criminosas e exercem funções de comando.

Os alvos indicados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) revelam o atual "mapa do crime" no Ceará. A atuação dos foragidos abrange a área de disputa territorial no Grande Pirambu, em Fortaleza.

No topo da lista das forças de segurança estaduais está Carlos Mateus da Silva Alencar, o "Skidum" ou "Fiel". Com atuação concentrada no Grande Pirambu, Barra do Ceará e Carlito Pamplona, ele é considerado o principal alvo no Ceará, devido o papel central nos conflitos armados nessas regiões.

Ainda na lista está Felipe Oliveira Domingues, vulgo "Deputado" ou "Vereador", apontado como o chefe da facção Massa, grupo criminoso que surgiu após uma dissidência de integrantes do Comando Vermelho (CV).

Na estrutura da Massa figura Hunderlan Rodrigues de Jesus Silva, o "Derlan" ou "Justiceiro". Detentor de poder de decisão sobre outros membros, ele seria o responsável direto pela guerra travada entre a Massa e o CV na região de Messejana.

A lista detalha a cúpula do Comando Vermelho, com o nome de José Mário Pires Magalhães, o "ZM", apontado como o líder máximo do CV no Ceará. Segundo as investigações, ele coordenava do Rio de Janeiro diversas ações criminosas no Ceará, incluindo a tomada de territórios. "ZM" tinha como homens de confiança justamente "Skidum"e Anastácio Paiva Pereira, conhecido como "Doze".

O "Doze" é acusado de ordenar homicídios, expulsões de moradores e fornecer armas e drogas para diversos municípios. Sua influência se estende por cidades como Ipu, Guaraciaba do Norte, Santa Quitéria, Sobral, Nova Russas e Croatá, além de áreas de Fortaleza e Caucaia.

A lista ainda possui a identificação de Yago Steferson Alves dos Santos. Aos 26 anos, ele é suspeito de ser braço financeiro e logístico do grupo. Com ganhos mensais estimados em R$ 120 mil, sendo R$ 75 mil provenientes apenas do tráfico. Yago era responsável pela venda de cocaína trazida de países sul-americanos, como Peru, Bolívia e Paraguai.

A lista do Ministério da Justiça abrange também criminosos com histórico de ataques a instituições financeiras. É o caso de Gilberto de Oliveira Cazuza, o "Mingau" ou "Cazuza". Integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), ele atua na criminalidade no Vale do Jaguaribe há mais de uma década.

Gilberto chegou a integrar bandos do chamado "Novo Cangaço", conhecidos por dominar cidades do interior para roubar bancos com uso de explosivos e ataques a tiros contra destacamentos policiais. Atualmente, ele teria diversificado as práticas ilícitas, recorrendo ao tráfico de drogas, roubo de gado e extorsão de empresários na região.

Entenda o Programa Captura e o novo sistema de inteligência

O Programa Captura, coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) marca uma mudança na estratégia de combate ao crime organizado no Brasil. A iniciativa aposta na integração entre as polícias Civil, Militar e unidades de inteligência federais para cumprir mandados de prisão considerados estratégicos.

A principal ferramenta pública do programa é o site gov.br/captura, que disponibiliza a lista unificada dos 216 foragidos mais procurados do Brasil. Cada estado indicou seus alvos prioritários com base em uma "matriz de risco". Essa avaliação considerou a gravidade do crime, o vínculo comprovado com organizações criminosas e a atuação interestadual do foragido.

Para garantir que o banco de dados permaneça útil, a portaria do MJSP estabelece que a lista poderá ser atualizada semestralmente ou a qualquer momento em casos excepcionais.

O Ministério da Justiça apontou uso do Rio de Janeiro como esconderijo para chefes do crime de todo o País. Como resposta, será instalada uma célula operacional do Programa Captura em solo fluminense. A nova estrutura servirá para dar apoio direto às polícias de outros estados, como o Ceará, e agilizar a troca de informações para localizar foragidos que buscam refúgio em comunidades do Rio.

Além da lista de procurados, o ministro Ricardo Lewandowski instituiu também nesta segunda-feira o Sistema Nacional de Inteligência para Enfrentamento ao Crime Organizado (Orcrim). A medida cria um repositório seguro e restrito de dados.

O objetivo do Orcrim é unificar as metodologias de identificação de integrantes de facções e permitir que bancos de dados de diferentes forças conversem entre si. O acesso será exclusivo para agências de inteligência da Polícia Federal, PRF, Polícias Civis e Militares e sistemas penitenciários, garantindo o sigilo necessário para operações de alta complexidade.

opovo.com.br

Cariri Ativo

10.12.2025