Por Wendel Martins
Sabe aquela sensação de que seu salário não está dando para nada? E aí você fala “ah, mas eu não tive tantos gastos este mês, quitei as minhas dívidas, mas não sobrou dinheiro!” O fato é que ninguém gosta de jogar dinheiro fora, porém, muita gente está fazendo isso sem sequer perceber, com os chamados “gastos invisíveis”. Descubra o que são e se você os tem e como eles prejudicam o seu orçamento mensal.
Por mais que tenhamos um bom planejamento financeiro, ás vezes é difícil identificar o destino certo de cada centavo gasto ao longo do mês. Acabamos nos detendo muito às despesas fixas, como o aluguel, às faturas de água, energia e cartão de crédito, telefone, internet, por exemplo. Se depois de honrar esses compromissos, ainda parecer faltar dinheiro e a conta não fechar, certamente, você está destinando boa parte do seu salário para os gastos invisíveis.
Todo mundo sabe como é dificultoso organizar o orçamento. Promessas como “este mês eu vou economizar um pouco” caem por terra quando a pergunta: “cadê meu salário que estava aqui?” é a da vez… os gastos invisíveis passam sob nosso saldo bancário e, tão logo estamos endividados. Vamos entender um pouco o que são esses gastos.
Os gastos invisíveis são pequenos gastos feitos diariamente sem que percebamos o seu impacto no nosso bolso. São gastos que você faz sem preocupação; um cafezinho ou um chocolate no meio da tarde parece inofensivo, não é mesmo? Mas, somando-se esses pequenos gastos (que fazemos diariamente) a outros maiores, o resultado é sempre negativo.
Uma pergunta que te faço: quando você vai ao cinema, você lembra de ter pago o ingresso, mas você considera e lembra que gastou com pipoca, refrigerante, estacionamento? Vamos supor que você tenha um gasto diário de R$ 10,00 com pequenas coisas, e no final de semana esse valor dobre, e então, você consuma R$ 20,00 no sábado e R$ 20,00 no domingo, no fim do mês lá se vão R$ 460,00.
Vamos a outro caso… Você já parou para pensar o quanto gasta com assinaturas? Muitos aplicativos hoje estão disponíveis para download gratuitamente, mas exigem assinatura mensal; netflix, spotify são alguns exemplos.
Vejamos algumas situações com estes e outros gastos invisíveis:
| Valor em R$(mês) | Valor em R$(anual) | |
| Plano Celular | 60,00 (em média) | 720,00 |
| Netflix | 21,90 | 262,00 |
| Spotify | 16,90 | 202,80 |
| Anuidade cartão créd. | 21,00 (em média) | 252,00 |
| TV por assinatura | 110,00 (em média) | 1.230,00 |
| TOTAL | 229,00 | 2.756,80 |
Talvez você se identifique com um ou até mais (ou todos), e eu não tenho como precisar o quanto isso pesa no seu orçamento, mas, são gastos pequenos que, quando somados, representam uma boa fração do seu salário. Ademais, é um dinheiro que não retornará ao seu bolso. Se poupado, poderia te ajudar numa situação de emergência ou numa realização pessoal, como uma viagem.
Esses gastos são fáceis de controlar, mas requerem um pouco de organização, acompanhe algumas dicas:
1 – Adote um controle de todos os gastos: por mais que seja clichê falar isso, mas é a partir desse controle que você terá um zoom nas suas contas e poderá rever alguns gastos, (por exemplo, quanto ao plano de celular, reveja se há algum serviço que não usa e pode mudar o plano, do mesmo modo com a TV por assinatura com mais canais do que você pode assistir). Use e abuse de bloquinhos, planilha de computador, ou se preferir, aplicativos de celular;
2 – Defina um valor para esses gastos: Se você não conseguir executar muito bem a dica 1, retire uma certa quantia do seu salário e assim você terá uma base do quanto gasta e poderá controlar gastos excessivos;
3 – Fuja de compras desnecessárias: é sempre bom lembrar disso. Entendemos que seja difícil evitar esses pequenos gastos, mas, consumir está intimamente ligado ao nosso comportamento; é hábito, e hábitos podem ser reeducados.
4 – Pense mais um pouco: Questione-se se há necessidade de compras ou mesmo de adquirir todas as contas de serviços ou todos aqueles pacotes mesmo. 2,00 reais num cafezinho diário podem ser inexpressivos, mas perceba que nem sempre ele vem sozinho… pode vir um pão de queijo, uma fatia de bolo e quando pagamos nem sentimos o seu peso no bolso (ainda mais quando pagamos no cartão de crédito que nos dá uma falsa sensação de que não gastamos dinheiro).
A nossa vida financeira é como uma gangorra: de um lado, as necessidades (ilimitadas), de outro, os recursos (limitados). O equilíbrio desse paradoxo é a chave para uma vida financeira saudável; quando há equilíbrio, tem dinheiro para lazer, sim, e até para reserva de emergência (que já tratei noutro artigo aqui), que é para te socorrer com gastos imprevistos. Para isso, requer uma mudança de atitude que, mesmo sendo rígida, com o tempo se tornará um hábito saudável.
Fonte: badalo.com.br
19.08.2019
