Isto é um “lixo”, uma “bosta”, uma “raça desgraçada”, afirmou o apresentador em seu comentário, que relacionava a homossexualidade ao crime e dizia que “os homossexuais estão arruinando a família brasileira”. Em sua decisão, o desembargador Rodolfo Pelizzari, relator do processo no TJ, afirmou que Sikêra não teve o intuito específico de difamar a modelo ou de prejudicar sua honra e a sua imagem.
“Em verdade, a crítica foi dirigida à toda a comunidade LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais], de forma genérica”, afirmou o magistrado. “A conduta do apresentador não é ilícita, sendo uma mera crítica por entender que sua religião havia sido ofendida por homossexuais, a quem entende serem avessos a Jesus”, disse.
À decisão, referendada pelos desembargadores Mathias Coltro e Mônaco da Silva, ainda cabe recurso. Segundo a advogada do apresentador, Viviane Barros Vidal, “ao sair desfilando vestida de Jesus Cristo”, a modelo “deveria ter previsto que tal manifestação chocaria a sociedade”.
A defesa de Viviany, representada pela advogada Cristiane de Novais, afirmou que, após a divulgação do programa, na qual a imagem dela “foi relacionada a um crime” e houve “diversas ofensas ao gênero”, a modelo foi hostilizada e recebeu ameaças e acusações nas redes sociais. “Ela não se enquadra nos princípios da dignidade da pessoa humana?”, perguntou à Justiça.
Fonte: O Povo
miseria.com.br
11.05.2021