O programa de formação é voltado para representantes de associações comunitárias que receberão formação em empreendedorismo social e ajuda de custo para fornecer alimentação para comunidades em situação de vulnerabilidade social
O Governo do Ceará lançou, nesta sexta-feira (27), o edital do processo seletivo da 2ª edição do programa Cozinhas Sociais durante solenidade virtual transmitida pelas redes sociais do Governo do Ceará. A formação visa apoiar dez instituições que já realizam trabalhos sociais em comunidades vulneráveis. O evento contou com as presenças da vice-governadora Izolda Cela; a primeira-dama do Ceará, Onélia Santana; o secretário de Cultura, Fabiano Piúba; a presidenta do Instituto Dragão do Mar (IDM), Rachel Gadelha; e a superintendente da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco, Selene Penaforte.
A iniciativa é realizada pelo Estado, por meio da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco, instituição da Secretaria da Cultura do Estado Ceará (Secult), gerida pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), e o Mais Nutrição, ação do Programa Mais Infância Ceará. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas somente no site do Mapa Cultural (https://mapacultural.secult.ce.gov.br/oportunidade/3354/) até 7 de setembro de 2021.
Vice-governadora, Izolda Cela ressaltou que ações como essas são exemplos que nos fazem ter esperança em um futuro melhor. “Temos a necessidade de agregar gente para que as coisas aconteçam da melhor maneira possível. A gastronomia está na vida da gente e aqui na escola nós conseguimos ver essas pessoas, esses exemplos, que faz com que cada vez mais tenhamos esperança ao promover ações como essas. Esse projeto de segurança alimentar está interligado com o Mais Nutrição, que vem do Mais Infância, tudo orquestrado pela nossa primeira-dama, e enxergamos aqui como políticas públicas podem mudar a vida das pessoas”, apontou.
As instituições podem ser associações, organizações e coletivos da sociedade civil com atuação em áreas e segmentos em situação de vulnerabilidade social. Além disso, devem ter sede na comarca de Fortaleza, no Ceará; ter desenvolvido, preferencialmente, trabalho social ligado à produção e distribuição de alimentação para comunidades em vulnerabilidade social durante a pandemia; ter uma cozinha disponível para a produção das refeições e estrutura para distribuição das refeições produzidas.
“Com esta ação vamos fomentar o trabalho já realizado por entidades em cozinhas comunitárias. Os dez contemplados no edital não vão apenas combater a insegurança alimentar, ao alimentar as famílias em condição de extrema vulnerabilidade. Vamos formar profissionais, valorizar a nossa gastronomia, além de apoiar a produção e a distribuição de alimentos com foco no desenvolvimento sustentável para o aproveitamento total de alimentos”, ressaltou a primeira-dama.
Na transmissão, Onélia Santana pontuou que o Governo do Estado investe um total de R$ 5,530.625,00 na gestão da Escola de Gastronomia Social, enquanto o investimento total do programa Cozinhas Sociais, incluindo custeio operacional, é de R$ 930.086,86.
Fabiano Piúba, secretário de Cultura, lembrou que o projeto não é só de uma escola de gastronomia, mas de educação, de cultura, de cidadania, de formação. “Quem entra aqui não sai mais a mesma pessoa, e as cozinhas sociais comunitárias serão fonte de formação, além do ato de fazer o alimento, mas de saber e sabores ao compartilhar refeições com as comunidades”, disse.
Para participar, os interessados devem ter acima de 18 anos, disponibilidade de 20 horas semanais, no mínimo, ser representante ou indicado por instituição que atue no combate à fome; ter afinidade e habilidades para a preparação de refeições; ter celular, tablet, computador ou equipamento com acesso à internet para as aulas na modalidade online e ensino remoto, que serão realizadas na plataforma Google Meet, necessitando da instalação de aplicativo compatível ao recurso tecnológico.
Os representantes selecionados participarão de forma híbrida (on-line e presencial) de atividades como formação em empreendedorismo social, cozinha básica e boas práticas, tutoria, acompanhamento, além de receber ajuda de custo, insumos e utensílios para fornecer alimentação nas áreas que atendem.
Para a superintendente Selene Penaforte, essa ação não fará apenas 50 mil refeições, mas vai formar empreendedores sociais. “Com o nosso suporte, os selecionados terão formação e apoio financeiro para produzir e distribuir marmitas em suas comunidades de atuação. Acreditamos que com essa experiência eles poderão se tornar empreendedores sociais e cozinheiros solidários, mediante a capacitação que será ofertada. Dessa forma, terão ferramentas e conteúdo para desenvolverem seus negócios sociais. Por isso eu só tenho a agradecer ao Governo do Ceará por sempre apostar na educação e na cultura em suas políticas públicas, são ações que realmente mudam a vida das pessoas”, afirmou Selene Penaforte, superintendente da Escola.
Experiências
“O ano de 2020 foi muito conturbado e, quando veio o primeiro edital das cozinhas sociais, foi o pontapé que o Instituto SOS Periferia precisava para dar a iniciativa do que somos hoje. Não aprendemos apenas a cozinhar, mas aprendemos a levar afeto, amor, acima de tudo, e a caminhar após aquele processo. Com muita felicidade que eu agradeço ao Governo do Estado, que promove políticas públicas como essa para combater a insegurança alimentar, e por causa desse projeto conectamos e alimentamos a cidade de ponta a ponta, através de dez cozinhas sociais”, agradeceu Lucas Alves, 23, morador do grande Bom Jardim, estudante de gastronomia e coordenador do Instituto SOS Periferia.
Larissa Nascimento, representante do grupo Gentil Somos, que possui atuação no bairro Benfica, participou da 1ª edição das Cozinhas Sociais. Segundo ela, por meio das aulas e mentorias, descobriu novas perspectivas de atuação para trilhar caminhos em busca do crescimento da ação e como empresa social.
Sobre a Escola
Instituição da Secult Ceará, a Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco (EGSIDB) é gerida pelo Instituto Dragão do Mar. O centro de formação oferece cursos básicos e profissionalizantes em cozinha, panificação e confeitaria, além de mentorias para desenvolvimento de produtos e projetos, por meio do Laboratório de Criação em Cultura Alimentar e Gastronomia Social. Todas as atividades são gratuitas, mediante inscrição e processo seletivo. O público-alvo preferencial da escola é formado por jovens em situação de vulnerabilidade social e adultos com ou sem experiência em gastronomia. O nome da Escola faz referência ao fundador do grupo M. Dias Branco, que financiou a sede doada para o Estado em uma parceria público-privada.
Mais Nutrição
O Mais Nutrição é uma ação do Programa Mais Infância Ceará, idealizado pela primeira-dama do Ceará, Onélia Santana. Para garantir a segurança alimentar e nutricional de milhares de cearenses, o Estado conta com duas fábricas do Programa em Maracanaú e em Barbalha, que já proporcionou a distribuição de alimentação para 180 mil pessoas de 65 municípios com mais de 1,4 milhões de toneladas de alimentos “in natura”, polpas, mix de preparo de alimentos e cestas básicas. O Mais Nutrição, atualmente, atende 100 entidades de Fortaleza, Juazeiro do Norte e Maracanaú e 36 instituições de Barbalha, Crato e Juazeiro. O Mais Nutrição tem a parceria permanente da Associação dos Permissionários da Ceasa, produtores rurais, Grupo M. Dias Branco e Sistema Fiec/Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), além dos parceiros espontâneos da iniciativa privada.
Serviço
30.08.2021