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Os melhores meios-campistas de todos os tempos

Os melhores meios-campistas de todos os tempos

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Foto: RODNAE Productions/Pexels
Agência Miséria

Todos nós já ouvimos, alguma vez na vida, o narrador ou o comentarista de uma partida de futebol reclamando da transição direta, ou seja, aquela bola lançada da defesa o para ataque sem a participação de um meio-campista. Partindo desta observação, natural afirmar que um meio-campista é aquele jogador responsável pela articulação da equipe, pela armação das jogadas. Unanimidades como Pelé, Zico e Maradona, por exemplo, embora meias clássicos e genialmente habilidosos, não eram articuladores, não eram jogadores que se posicionavam no meio de campo e pensavam as jogadas, portanto, não estranhem que estes craques não sejam aqui considerados. Faça de conta que você está em um shopping e, a partir de agora, aproveite as ofertas.

Se há um jogador capaz de, em si mesmo, somar as qualidades exigidas para um defensor, para um meio-campista e para um atacante, este jogador é Lothar Matthäus. O alemão de Erlangem, nascido em 21 de março de 1961, notabilizou-se pela obsessão com que jogava futebol, pelo talento expressivo na articulação das jogadas, pelo ego gigantesco que o atrapalhou bastante no início da carreira e, finalmente, pelos recordes que obteve em sua trajetória. Ao lado dos mexicanos Carbajal e Rafael Márquez, e do italiano Buffon, é um dos quatro jogadores a participarem de cinco copas do mundo, venceu a de 1990. Além disso, é o jogador que mais partidas disputou em copas do mundo, vinte e cinco. Vitorioso, levantou troféus pelo Bayern Munique, Internazionale e pela seleção alemã. Encerrada a carreira como atleta, em 2000, Matthäus inicia uma trajetória como treinador já em 2001. De 2003 a 2005, treinou a seleção da Hungria e, em 2011, encerrou sua participação como treinador à frente da seleção búlgara.

A Alemanha nos rendeu mais um meio-campista fenomenal, Franz Beckenbauer. Há que torcerá o nariz alegando que o Kaiser não era exatamente um jogador de meio campo, já que atuava também como zagueiro e líbero, mas o fato é que seu domínio de bola, seu passe preciso e visão de jogo de um verdadeiro estrategista, o avaliza como um dos maiores meios-campistas da história. Beckenbauer nasceu e cresceu no bairro de Giesing, Munique, reduto do time Munique 1860, onde daria os primeiros passos como jogador de futebol, mas seria pelo Bayern Munique que se consagraria. Jogou por lá entre 1964 e 1977, conquistando inúmeros títulos, entre eles o célebre tricampeonato da UEFA, 1973–74, 1974–75 e 1975–76. Com a seleção da Alemanha, foi campeão mundial como jogador, em 1974, e como técnico, em 1990, sendo um dos três únicos a deter tal marca, ao lado do brasileiro Mário Jorge Lobo Zagallo, e do francês Didier Deschamps.

Mas nem só de alemães vive o meio de campo, espanhóis e italianos também têm seus magos. Vindos da Espanha, Xavi Hernández (Terrassa, 25 de janeiro de 1980) e Andrés Iniesta (Fuentealbilla, 11 de maio de 1984) são, sem sombra de dúvida, exemplos de virtuosismo. Donos de um toque de bola refinado, visão de jogo apuradíssima e subidas fatais ao ataque, estes craques figurariam como titulares absolutos em qualquer clube do mundo e em qualquer tempo. Posicioná-los um a frente dos outros como num ranking, seria um verdadeiro sacrilégio, uma heresia contra os deuses do futebol. Assim, como não nos atrevemos a estabelecer tal ranking, frisamos o fato de os dois terem sido lendas no Barcelona e na seleção espanhola. Contemporâneos, conquistaram incontáveis títulos, entre eles quatro Eurocopas, três mundiais interclubes e o mundial de seleções em 2010. No mesmíssimo nível dos espanhóis Xavi e Iniesta, o italiano Andrea Pirlo (Brescia, 19 de maio de 1979), jogou em escala máxima no meio de campo dos três mais tradicionais clubes da Itália, Internazionale, Milan e Juventus. Pirlo sempre se destacou pela visão de águia e precisão no passe, além destas características, era um exímio batedor de faltas. Conquistou importantes títulos em mais de 23 anos como profissional, destacando-se duas Euros pelo Milan (2002/03 e 2006/07), um mundial interclubes (2007) também pelo Milan e Copa do Mundo de 2006 com a Azurra.

Torcedores, em um mundo onde há um país chamado Brasil, impossível que vários jogadores não se apresentem à condição de melhores de todos os tempos. Nomes como Gérson e Falcão, verdadeiros maestros na condução das equipes pelas quais jogaram, também integrariam as fileiras de qualquer clube do planeta. Contudo, há um jogador brasileiro que sem ele, é muito provável que estrelas como Pelé e Garrincha não tivessem o destaque que tiveram nas conquistas dos mundiais de 1958 e 1962; Waldir Pereira, o genial Didi (Campos dos Goytacazes, 8 de outubro de 1928 – Rio de Janeiro, 12 de maio de 2001) como ficaria conhecido. O dramaturgo e cronista esportivo, Nelson Rodrigues, o chamava de “O Príncipe Etíope”. Didi era um jogador extremamente elegante, sua classe, habilidade e extrema correção no passe, o levou ao topo como atleta. Foi o criador da “folha seca” uma técnica na batida da bola com o lado externo do pé, consistia em fazer a bola girar no seu eixo e cair muito repentinamente. Foi o autor do primeiro gol no Maracanã, jogando pelo selecionado carioca em 1950. Bicampeão mundial com a seleção brasileira (1958 e 1962), Didi foi o grande maestro e arranjador daquelas equipes.

O meio de campo é o coração do futebol, é dali que saem as jogadas como se os setores do campo e os jogadores fossem veias e artérias levando vida ao ataque.

miseria.com.br

22.10.2021