Assistência social para todos: “É preciso qualificar nossas políticas na troca de saberes” - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
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Assistência social para todos: “É preciso qualificar nossas políticas na troca de saberes”

Assistência social para todos: “É preciso qualificar nossas políticas na troca de saberes”

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“Queremos sensibilizar os profissionais da Assistência Social para que fiquem atentos às especificidades e costumes dos povos e comunidades tradicionais existentes aqui no Ceará. Nosso objetivo é promover uma troca de saberes que resulte no acesso pleno dos povos indígenas, ciganos e de terreiro aos serviços da Assistência Social, para que tenham seus direitos mais básicos assegurados através desta política”, ressaltou a secretária titular da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), Onélia Santana, durante a abertura da formação para profissionais dos Cras, Creas, técnicos da Vigilância Socioassistencial e da gestão municipal dos 184 municípios cearenses, que aconteceu nessa segunda-feira e terça-feira, em Fortaleza, no Hotel Plaza Suítes.

O secretário-executivo da Proteção Social da SPS, Francisco Ibiapina, também esteve presente no evento e aproveitou para parabenizar a todas as assistentes sociais pelo seu dia, celebrado no último domingo, dia 15. “É uma honra recebê-las todas aqui hoje e compartilhar deste mesmo sentimento de amor e compromisso por esta política, que resiste, que é viva, e vem mudando a realidade daqueles que mais necessitam da assistência social. Estamos aqui para fortalecer cada vez mais o Pacto pela Assistência Social no Ceará e fazer a diferença na vida das pessoas”, reforçou o gestor.

Troca de Saberes

Na palestra Relações Étnico Raciais e Racismo Estrutural, a coordenadora Especial de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial da SPS, Mártir Silva, pontuou que é preciso dar oportunidade de acesso à assistência social aos povos e comunidades tradicionais, que são, em sua maioria, o público que utiliza desses serviços. “Todas as políticas públicas precisam estar conectadas com esta realidade para que possamos avançar no nosso papel fundamental, que é de garantir os direitos aos que mais necessitam. Acolhimento real é quebrar as barreiras que ainda impedem os nossos povos e comunidades tradicionais de acessarem seus direitos”, complementou Martír Silva, que finalizou sua fala convocando todos os presentes a saírem dali responsáveis pelo fim do racismo institucional.

“É preciso qualificar nossas políticas na troca de saberes, ouvindo e dando espaço aos povos e comunidades tradicionais para que nos guiem no árduo processo que é fazer política pública. Nós somos educados para não saber a nossa própria história, e isto, nos impede de ver a riquíssima pluralidade dos nossos povos e comunidades tradicionais”, frisou a Assessora de Acolhimento aos Movimentos Sociais da Casa Civil, Zelma Madeira, que ministrou a palestra Metodologia de Trabalho Social com Famílias dos Povos Originários e Povos e Comunidades Tradicionais.

“É preciso entender que nós temos famílias plurais. Monoparental, com só um dos pais, famílias unipessoais, famílias de várias pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas unidas pelo afeto e cuidados mútuos e estes formatos todos precisam ser respeitados e considerados dentro da política da assistência social para que nenhum segmento da nossa população deixe de acessar seus direitos”, pontuou Zelma Madeira.

“Nós precisamos desse acolhimento de vocês, assistentes sociais, que estão na lida diária com nossos povos e comunidades. Estamos todos os dias na luta para desconstruir o que dizem de nós desde a construção deste país. O mito de que somos um povo preguiçoso e miserável precisa ser desconstruído para dar lugar a nossa verdadeira identidade, que é de uma gente trabalhadora, acolhedora e que trilha seu caminho olhando para os seus ancestrais, os que vieram antes de nós e que construíram esta nação”, reiterou o Presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Coeppir), Leno Farias.

“Estamos felizes por trazer mais este avanço para a política da assistência social no Ceará. Ver reunidos aqui todos estes profissionais do SUAS aprendendo sobre os povos e comunidades tradicionais que temos em nosso território e que precisam dos nossos cuidados, me emociona muito”, conta a coordenadora da Gestão do SUAS da SPS, Célia Melo.

As formações estão sendo realizadas pela SPS, por meio, das Coordenadorias de Gestão do SUAS e de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial. A ação segue nas próximas semanas para os municípios de Quixadá, Sobral e Juazeiro do Norte.

As formações contaram ainda com palestras da Gerente da Célula de Segurança Alimentar e Nutricional da SPS, Regina Praciano e de pesquisadores do Laboratório de Estudos e Pesquisa em Afrobrasilidade, Gênero e Família (Nuafro), da Universidade Estadual do Ceará – (Uece), que também serão facilitadores dos grupos de trabalho formados durante as oficinas.

Programação

Data: 19 e 20 de maio
Horário: 8h30h às 12h e 13h30h às 17h
Local: Faculdade Cisne, localizada na Av. Dr. Antônio Moreira Magalhães, nº 457 – Jardim Monólitos, Quixadá

Data: 24 e 25 de maio
Horário: 8h30h às 12h e 13h30 às 17h
Local: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai, localizado à Av. Dr. Arimateia Monte e Silva, nº 1003, Campo dos Velhos, Sobral

Data: 31/05 e 01/06
Horário: 8h30h às 12h e 13h30 às 17h
Local: Juazeiro do Norte.

Ascom SPS

18.05.2022