Autor Mirla Nobre
Há 150 anos, apenas 79 mil pessoas sabiam ler e escrever no Ceará, ou seja, eram alfabetizadas. Os dados são do primeiro Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 1872. Na época, conforme o levantamento, o total da população no Estado era de 689 mil pessoas. Em relação ao número de analfabetos, o total era de 293.530 residentes do Estado.
Na classificação do gênero das pessoas alfabetizadas no Ceará, a composição era de 58 mil homens e 20 mil mulheres. Vale ressaltar que o primeiro levantamento do IBGE foi realizado ainda na época do Império e o País ainda estava no período da escravatura. Na primeira contagem, perguntava-se, entre outros itens, se o entrevistado era “livre” ou “escravo”.
A primeira contagem do instituto foi o único levantamento que contabilizou a população escravizada no Brasil e consequentemente no Ceará. A pesquisa mostrou que o Estado somava 31 mil pessoas escravizadas, sendo a maioria mulheres, 16 mil no total, e 14 mil eram homens.
Nos dados relacionados às pessoas que não tinham liberdade, o levantamento também aponta a quantidade dos que sabiam ler e escrever, que eram apenas 47 no total, sendo 35 homens e 12 mulheres.
O cenário em comparação ao último censo, de 2010, mostra uma alta de pessoas alfabetizadas no Ceará como também do total de população residente no Estado. Conforme a última contagem, o Estado possui 6,3 mil pessoas que sabem ler e escrever, com o total da população residente de 8 milhões de pessoas.
Pesquisa
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi criado em 1936 e conduziu o primeiro Censo em 1872. O levantamento é feito a cada dez anos, o último ocorreu em 2010.
Em função das orientações do Ministério da Saúde relacionadas ao quadro de emergência de saúde pública causada pela Covid-19, o IBGE decidiu adiar a realização do Censo Demográfico para 2022.
No dia 1º de agosto deste ano, a pesquisa foi iniciada em todo o País. Até o início de novembro, mais de 183 mil recenseadores, devidamente identificados, estarão nas ruas de todos os 5.570 municípios brasileiros.
O objetivo dos pesquisadores é entrevistar um morador de cada domicílio. Ao todo, segundo o IBGE, eles visitarão 89 milhões de endereços, sendo residenciais cerca de 75 milhões.
opovo.com.br
12.08.2022