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Urna eletrônica reduziu em 82% o número de votos inválidos, aponta estudo

Urna eletrônica reduziu em 82% o número de votos inválidos, aponta estudo

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Reprodução
De acordo com o autor, essa redução ocorreu pela facilidade de digitar a numeração de candidata ou candidato escolhido

Yanne Vieira

Implantada de forma gradual a partir das Eleições Municipais de 1996, a urna eletrônica só chegou a todas as seções eleitorais do Brasil quatro anos depois, durante as eleições municipais de 2000.

O período marcou o fim da votação em cédula de papel e ao longo destes 26 anos de implantação, repercutiu no exercício do voto das eleitoras e eleitores analfabetos ou com baixa escolaridade, é o que aponta um artigo publicado por Marcus André Melo professor da Universidade Federal de Pernambuco e ex-professor visitante do MIT e da Universidade Yale (EUA).

Na publicação, o professor mostrou que a urna eletrônica reduziu em 82% o número de votos inválidos nos pleitos, o que era comum acontecer na época em que as pessoas usavam a cédula de papel. Muitas vezes o erro ou a rasura impediam a contagem como voto válido.

Marcus André Melo mostra que, em 2000 – justamente o ano em que eleitoras e eleitores passaram a votar integralmente na urna eletrônica –, os votos inválidos recuaram de 41% para 7,6%, o que representa a diminuição dos 82%. Segundo o professor, essa redução ocorreu pela facilidade de digitar a numeração de candidata ou candidato escolhido no teclado da urna eletrônica do que marcá-la em papel, antes de depositar o voto em uma antiga urna de lona.

O professor sustenta que o ataque às urnas eletrônicas representa um ataque ao voto dos mais pobres: “eram os analfabetos ou o eleitorado com baixa alfabetização que mais erravam na hora de preencher os formulários de votação”.

Entre 1980 e 2000, o Brasil ostentava o título de campeão de votos inválidos na América Latina, mas o surgimento da urna eletrônica teve um “impacto avassalador”, para melhor, no voto do analfabeto.

Marcus André Melo afirma, ainda, que a Emenda Constitucional nº 25/1985, que garantiu o voto dos analfabetos, teria sido simbólica, uma vez que foi a urna eletrônica o equipamento que emancipou ‘de fato’ o eleitorado pobre e analfabeto para o exercício regular do voto.

Em Brasília, o artigo foi citado duas vezes pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin.

miseria.com.br

12.08.2022