“Nesse sentido, impõe-se rever o despacho anterior proferido, motivado por informações preliminares incompletas colhidas numa situação urgente de poder de polícia eleitoral, por entender inexistir violação à lei n. 9504/97 no caso concreto, especialmente diante do valor constitucional da liberdade de expressão artística”, apontou o magistrado na nova decisão.
Embargo
As obras objeto da polêmica estão posicionadas na parede do corredor da residência — chamado pelos curadores de Becambaio, em alusão ao Beco do Cambaio, local de combate entre conselheiristas e o exército da República. Enquanto durou o embargo, os organizadores da exposição colocaram tecidos pretos nas obras que não poderiam ser exibidas.
A exposição
"Tramas de Belo Monte" reúne livros, cordéis, revistas e filmes em que o líder de Canudos é retratado. Segundo os curadores do projeto, a exposição tem como objetivo proporcionar aos espectadores o livre exercício do pensar por meio da correlação entre os fatos acontecidos no passado e no presente.
"Questões de terra, da violência, armamentismo, matar pessoas, a fome... Essas questões permanecem nos dias de hoje, problemas que o Conselheiro combateu com os seus. Canudos foi uma guerra do Estado contra a população", afirmou um dos curadores, Danilo Patrício. Também participou do processo de curadoria Osvaldo Costa.
"A exposição propõe diferentes formas de percepções. Pesquisamos jornais de Canudos e jornais de hoje. Questão relacional do modo relativo. O que se tem de relação lá (nos jornais) e o que se tem nos de atualmente", afirmou Danilo ao falar sobre a pretensão da mostra.
opovo.com.br
09.09.2022