Destacando que a demora de quatro anos coincidiu com os "quatro anos de um governo funesto", Chico afirmou que este "foi um tempo em que o tempo parecia andar para trás". "O ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para a assinatura do nosso presidente Lula", celebrou o artista.
"Se hoje estamos aqui para fazer essa espécie de reparação e celebração da obra de Chico, é porque finalmente a democracia venceu no Brasil", ressaltou Lula em fala anterior à entrega. O presidente ainda relacionou os momentos de ditadura dos dois países, ressaltando o olhar do artista para ambos os contextos históricos.
"É uma satisfação corrigir um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura brasileira nos últimos tempo. Digo isso porque esse prêmio deveria ter sido entregue em 2019 e não foi. Todos nós sabemos o porquê. O ataque à cultura em todas as suas formas foi uma dimensão importante do projeto que a extrema direita tentou implementar no Brasil", afirmou o presidente.
O Prêmio Camões de Literatura foi instituído em 1988 como uma forma de aproximar Brasil e Portugal e estreitar as relações culturais entre os países de Língua Portuguesa. A premiação homenageia autores que contribuíram para o fortalecimento e ampliação do patrimônio cultural e literário dos países lusófonos.
Considerado um dos maiores nomes da música popular brasileira, Chico Buarque é o 1º músico a receber o Prêmio Camões e o 13º brasileiro a ser condecorado na premiação. (Com informações de Lillian Santos)
opovo.com.br
25.04.2023