Clara Karimai
Em estudo internacional realizado em diversos países, incluindo o Brasil, revelou que a vacina BCG, utilizada no combate a tuberculose, não é eficaz na proteção de profissionais de saúde contra a covid-19. Os resultados foram publicados no periódico The New England Journal of Medicine.
No Brasil, a pesquisa foi conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Uma pesquisa anterior havia demonstrado que a BCG aumentaria a imunidade inata, a que já nasce com a pessoa, em crianças e protegeria adolescentes e adultos de infecções respiratórias.
“Esperava-se que a vacina pudesse ser reposicionada temporariamente até que vacinas específicas para a doença pudessem ser desenvolvidas e testadas”, destacou nota da Fiocruz.
A Fiocruz informou ainda que a pesquisa não conseguiu determinar se o imunizante reduziu hospitalizações e óbitos em razão do baixo número de participantes que desenvolveu quadros graves de covid-19. Profissionais de saúde foram priorizados na vacinação contra a covid-19 e as doses reduzem casos graves e mortes.
No estudo, que envolveu 3.988 profissionais de saúde recrutados em um total de 36 localidades, os resultados mostraram que o risco de desenvolver um quadro sintomático de covid-19 no grupo que recebeu a BCG, seis meses depois, foi de 14,7%, contra 12,3% entre os profissionais de saúde que receberam placebo.
Segundo os pesquisadores, a análise dos dados segue em andamento, com resultados adicionais sobre os efeitos da BCG previstos para o final do ano – incluindo o impacto da vacina em outras infecções, como doenças respiratórias, e nas respostas a doses específicas contra a covid-19.
“A equipe de pesquisa usa também as amostras de sangue dos participantes para tentar descobrir biomarcas para o risco de covid-19”, destacou a Fiocruz.
miseria.com.br
01.05.2023