Denunciado por matar publicitária com fogo em Juazeiro e esquartejar funcionária da URCA é absolvido - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
Anúncio

Denunciado por matar publicitária com fogo em Juazeiro e esquartejar funcionária da URCA é absolvido

Denunciado por matar publicitária com fogo em Juazeiro e esquartejar funcionária da URCA é absolvido

Compartilhar isso

 

Alexandra e Eliane foram torturadas e queimadas vivas em junho de 2001, com corpos “desovados” em Juazeiro e na Paraíba. Fotos: Reprodução
Durou apenas três horas o desfecho de um processo que apurou o assassinato de duas garotas em Juazeiro o qual já tinha 5,7 mil páginas.

Demontier Tenório

Durou apenas três horas o desfecho de um processo que apurou o assassinato de duas garotas em Juazeiro o qual já tinha 5,7 mil páginas. O único réu nem sentou no banco por morar em Irecê (BA) e não ter sido localizado, sendo julgado à revelia. Damião Laurentino da Silva, de 52 anos, o “Grilo”, foi absolvido ante a negativa de autoria formulada por sua defesa. Os autos tem a ver com os assassinatos da publicitária Luíza Alexandra de Alencar, de 27, e Maria Eliane Gonçalves da Silva, de 32 anos.

A primeira morava no Conjunto Belas Artes (Bairro São José) em Crato e teve o corpo encontrado no dia 9 de junho de 2001 perto do Verdes Vales Hotel em Juazeiro. De acordo com o exame cadavérico, Alexandra foi queimada viva e o cadáver estava amarrado com seu próprio cinto e amordaçado com ataduras. Quatro dias depois foi encontrado em São José de Piranhas (PB) o corpo da funcionária da URCA e sobrinha de Patativa do Assaré, Eliane que tinha partes do corpo decepados e um tiro na cabeça.

Após investigações, indiciamentos pelo Delegado de Polícia Civil, Marcos Antonio dos Santos, além das prisões de cinco pessoas denunciadas pelo Ministério Público, o juiz Ademar da Silva Lima pronunciou quatro. No dia 2 de maio de 2005 ele impronunciou o motorista Gilcimário Araújo Ramalho, hoje com 49 anos, o “Magrão da Praia”, residente em Cajazeiras (PB). O magistrado considerou as provas insuficientes e concedeu-lhe o alvará de soltura.

O empresário e professor Aníbal Couto Gondim, residente em Juazeiro, e o seu primo e advogado Francisco Alfredo Farias Couto que mora em Fortaleza já estão com mais de 80 anos e, para eles, o processo prescreveu. O vendedor de carros, Bernard Fernandes Maranhão, que residiu em Bonito de Santa Fé (PB), já tinha sido solto e foi morto aos 47 anos no dia 24 de outubro de 2010 em Maceió (AL). Restou apenas Damião que foi absolvido nesta quinta-feira (28) pelo Tribunal do Júri de Juazeiro.

O Inquérito Policial que apurou o duplo homicídio resultou em quatro volumes e um auto apartado repleto de depoimentos, reconhecimentos, perícias, fotografias, três agendas pessoais e duas fitas de vídeo. Além disso, 22 fitas cassetes com áudios de escutas de sete linhas telefônicas entre alguns dias antes e depois dos crimes e todo esse material foi trancado no cofre de uma das agências bancárias de Juazeiro. O processo tramitou em segredo de justiça na Comarca de Juazeiro

Foram indiciados como executores Damião, Bernard e Gilcimário. Os autos apontam como autor intelectual o advogado Alfredo Couto, enquanto Anibal teria sido a ponte entre o seu primo e os executores. Todos foram denunciados pelo Promotor de Justiça, Germano Guimarães Rodrigues no dia 16 de agosto de 2001 ou pouco mais de dois meses após o duplo homicídio. Ainda de acordo com os autos, Alfredo namorava com Alexandra.

As investigações descobriram que o relacionamento era marcado por crises de ciúmes que levaram a jovem a manifestar o desejo de por um ponto final enquanto já se aproximava de novo namorado. Na época, Alfredo tinha 61 e Alexandra apenas 27 anos. Supostamente, por conta da vontade dela de se afastar, Alfredo teria se sentido motivado a arquitetar o assassinato de Alexandra. Sua amiga Eliane, com quem estava residindo junto há 60 dias, terminou morta como queima de arquivo.

Ainda segundo os autos, dias antes dos crimes, Bernard teria sido visto na companhia das duas jovens quando se passava por amigo, mas com a intenção de obter informações preciosas sobre os passos destas. De acordo com as investigações, a intenção era de armar o melhor momento para “dar o bote” no qual ingressariam outros comparsas. O delegado Marcos Antonio pontuou como crime passional e, para a morte de Eliane, o fato de saber demais sobre a vida da amiga. Ambas foram torturadas e queimadas vivas.

miseria.com.br

Cariri Ativo

29.09.2023