Autor Mario Henrique Lima
A estudante Gabrielle Scherer Mascarelo, de 17 anos, de Missal, no Paraná, ficou surpresa ao receber um e-mail. O motivo do estranhamento é a proposta para estudar com tudo pago na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. A jovem e a mãe, Bruna Scherer Mascarelo, suspeitavam que o convite era, na verdade, um golpe.
"Achei que era golpe, porque era uma proposta incrível demais. Depois comecei a pensar: 'Eles não estão pedindo nenhuma contrapartida financeira, nenhuma mensalidade, nenhuma inscrição... Só estão oferecendo'", conta a mãe ao g1 Paraná.
Bruna só ficou mais tranquila quando encontrou uma história similar, a da estudante Paula Eduarda de Lima. A paranaense, que é filha de cafeicultores, recebeu a mesma convocação. As mães das jovens se encontraram e conversaram sobre a oportunidade.
"Fiquei muito assustada, porque é Rio de Janeiro, né? A minha primeira resposta foi 'não, ela não vai de jeito nenhum, nem com bolsa, nem com moradia, nem com auxílio financeiro'", comenta Bruna. "Aí ela me tranquilizou, falou que não era assim como eu estava pensando. Eles moram do lado da faculdade, eles são cuidados e esse auxílio financeiro existe mesmo", relembra.
Gabrielle recebeu a mensagem em abril e agora se prepara para ir ao Rio de Janeiro para cursar Ciências de Dados e Inteligência Artificial. Tudo graças ao seu destaque na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM).
Na carta enviada por e-mail, a FGV convidava a estudante a realizar o vestibular deles, que aconteceu no último novembro. Caso aprovada, teria direito a isenção das taxas e ganharia uma bolsa.
Além disso, a instituição de ensino também ofereceu um programa de reforço com aulas online de matemática, literatura, redação e português.
Gabrielle intensificou a rotina dos estudos e toda semana resolvia uma das provas passadas da FGV com a ajuda da mãe, que é professora. Ela reforça que a oportunidade é um desafio, pois a área em que pretende atuar é majoritariamente masculina.
De acordo com ela, das 50 pessoas aprovadas no curso, apenas 11 eram mulheres. Porém, o cenário é promissor: entre 2015 e 2022, no Brasil, o aumento da participação feminina na área foi de 60%.
opovo.com.br
Cariri Ativo
03.01.2024